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Maior pivô central do mundo irriga sozinho 463 hectares no Oeste da Bahia

Estrutura da Valley conta com 25 lances e 1.214 metros de raio



Foto: Divulgação

Entre os municípios de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, no Oeste da Bahia, um novo marco da agricultura brasileira entrou em funcionamento. É na Fazenda Santa Isabel, do Grupo Franciosi, que está o maior pivô central do mundo, uma estrutura de 25 lances, com raio de 1.214 metros, capaz de irrigar, sozinha, 463 hectares.

O projeto é assinado pela Valley, multinacional norte-americana da Valmont Industries, em parceria com a distribuidora Pivodrip NE. A montagem da estrutura levou mais de 15 dias e envolveu uma série de ajustes inéditos, que desafiaram os padrões conhecidos de cambagem, alinhamento e estabilidade elétrica. “Foi um pedido ousado do cliente: substituir três pivôs por um só, mantendo a mesma eficiência. Desenvolvemos o projeto do zero”, conta Márcio Klein, engenheiro agrícola e projetista da Pivodrip NE.

Para que o pivô gigante saísse do papel, foi preciso reavaliar toda a estrutura dos equipamentos disponíveis até então. A cambagem, ajuste do ângulo das rodas, teve que ser reprojetada para um sistema com 25 torres. Até então, a Valley trabalhava com configurações de até 21.

Outro desafio foi manter o alinhamento preciso entre as torres. Por isso, foram utilizados cabos de aço, sistema flutuante de alinhamento contínuo e inversores de frequência. A parte elétrica foi reforçada com transformadores do tipo booster, garantindo tensão estável ao longo de todo o equipamento. “Um pivô desse porte não pode se desalinhar. Qualquer erro pode parar o sistema e comprometer a irrigação de uma área enorme”, explica Klein.

A vazão do sistema também impressiona: são 940 mil litros por hora, transportados por uma adutora de 500 mm de diâmetro ao longo de três quilômetros até o ponto de captação.

A montagem do equipamento foi minuciosa. A cada passo, era preciso checar medidas, ângulos e a estabilidade geral. E quando tudo parecia pronto, começavam os testes. “A primeira volta é sempre a mais tensa. Ele andava, parava, ajustava, andava de novo. Tivemos que colocar vários eletricistas ao longo do trajeto para verificar cada torre”, relata Klein.

Com a complexidade do sistema, o suporte técnico foi fundamental. A automação via BaseStation e o uso de Scheduling garantem que a operação siga com eficiência e precisão.

O pivô de 463 hectares não é apenas uma façanha da engenharia agrícola: é um divisor de águas. Para o engenheiro e gerente comercial da Pivodrip NE, Luís Felipe Tomé, o sucesso do projeto abre caminho para novos layouts e possibilidades de aplicação na região, apesar de se tratar de um sistema bastante específico. “Isso acaba mudando um pouco a visão que a gente tem do equipamento. Um pivô desse tamanho depende muito do perfil do cliente, mas um equipamento desse porte na região muda a percepção dos produtores para os projetos futuros”.

Você sabia?
Raio: 1214 metros
Área irrigada: 463 hectares
Estrutura: 25 lances
Vazão: 940 m³/h
Montagem: mais de 15 dias de trabalho
Automação: BaseStation + Scheduling

Se colocado deitado, o pivô seria quase três vezes o tamanho do Empire State Building. Sua área cobre o equivalente a oito campos do Maracanã.
 

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