Mato Grosso enfrenta seca histórica
Em boa parte de Goiás e do Sul do país, a situação é mais favorável

Às vésperas da liberação oficial do plantio da safra de soja, o Mato Grosso, principal estado produtor, enfrenta uma situação crítica. Segundo projeções do modelo europeu ECMWF e dados da EarthDaily, a umidade do solo está no nível mais baixo dos últimos 30 anos e deve cair ainda mais nas próximas duas semanas. A estiagem, que já se prolonga há várias semanas, deve persistir até pelo menos 17 de setembro, e as temperaturas acima de 40 °C elevam a evapotranspiração, intensificando a perda de umidade. Esse quadro pode levar muitos produtores a postergar a semeadura, mesmo após o término do vazio sanitário em 6 de setembro.
Em boa parte de Goiás e do Sul do país, a situação é mais favorável. Nessas regiões, a umidade do solo permite o início do plantio com segurança, favorecendo melhor germinação e estabelecimento das lavouras. Já no Paraná, a situação é heterogênea: no Norte Pioneiro, onde a semeadura já está autorizada, a umidade permanece abaixo da média e pode atingir o menor nível dos últimos 10 anos, levando produtores a adiar tanto a soja quanto o milho de verão.
Nos últimos dez dias, a maior parte do país registrou precipitação abaixo da média, mantendo o regime seco típico do período. Apenas áreas pontuais do Nordeste, Sudeste e Paraná tiveram chuvas acima da média, com acumulados entre 10 mm e 60 mm. Para Mato Grosso, enquanto o modelo americano GFS aponta possibilidade de chuvas ao final da primeira quinzena de setembro, o ECMWF mantém a projeção de estiagem. Temperaturas acima da média devem persistir no Centro-Oeste, Sudeste e Paraná, aumentando a evapotranspiração e reduzindo ainda mais a umidade do solo.