Importações de café na UE seguem em ritmo lento em 2025

Segundo análise da Hedgepoint Global Markets, as importações líquidas de café da União Europeia seguem em mínimas históricas desde o início de 2025. Com base em dados da Comissão Europeia, a analista de Inteligência de Mercado da empresa, Laleska Moda, destaca que, apesar do avanço inicial nos embarques da safra 24/25, o acumulado do ciclo está praticamente igual ao da safra anterior, que já havia registrado volumes abaixo da média.

A especialista aponta que esse comportamento pode indicar um enfraquecimento da demanda europeia, mas reforça a importância de acompanhar os dados de estoques da Federação Europeia de Café (ECF), que serão atualizados no fim de maio. Outro fator de impacto é a oferta mais apertada de café, com destaque para Brasil e Vietnã — principais exportadores globais — que enfrentam limitações de disponibilidade neste início de safra.

“Apesar da incerteza em relação à demanda, o atual movimento das importações europeias poderia estar refletindo a oferta mais apertada de café dos últimos meses, especialmente nos dois maiores exportadores de café do mundo, Brasil e Vietnã, o que também poderia levar a um deslocamento da demanda do bloco”, explica a analista.

A menor oferta, aliada à cautela de compradores frente aos preços elevados e aos custos de hedge desde dezembro de 2024, contribuiu para a redução nas negociações por parte de traders e torrefadores europeus. Além disso, a participação do Vietnã nas importações da UE caiu de 22,1% em 23/24 para 15% na atual temporada, enquanto o Brasil e a Indonésia ganharam espaço, com destaque também para o crescimento das compras de cafés africanos, como os de Uganda e Etiópia.