O que ainda está limitando a produção da cana?
Entre os fatores mais críticos, destaca-se a compactação do solo

Segundo João Adalberto Palucci, Coordenador de Tratos Culturais na Atvos, diversos fatores ainda limitam o pleno desenvolvimento da cana-de-açúcar nas lavouras brasileiras, mesmo diante de avanços tecnológicos e genéticos. Em entrevista, Palucci detalhou os principais detratores da produtividade e apresentou abordagens técnicas para mitigá-los, com foco em práticas sustentáveis e de alta eficiência operacional.
Entre os fatores mais críticos, destaca-se a compactação do solo, que restringe o crescimento radicular e reduz a infiltração de água. A solução envolve o uso de ferramentas como o penetrômetro de impacto para diagnóstico, além de práticas como a subsolagem localizada e o tráfego controlado de máquinas. Outro entrave importante é o estresse hídrico, que compromete a fotossíntese e o teor de sacarose. Para enfrentá-lo, recomenda-se o manejo da cobertura de palha e, quando possível, irrigação por gotejamento ou pivô central.
As deficiências nutricionais também figuram como um obstáculo recorrente, impactando o metabolismo vegetal e a resistência a pragas e doenças. A mitigação passa pelo monitoramento sistemático com análises de solo e folhas, além da aplicação em taxa variável por meio da agricultura de precisão. Já a qualidade fisiológica das mudas influencia diretamente a uniformidade e o estande inicial, sendo fundamental o uso de mudas pré-brotadas (MPB) de alto vigor e a definição adequada da época de plantio.
“A mitigação desses detratores demanda uma abordagem sistêmica e integrada, com uso intensivo de dados, tecnologias de monitoramento e capacitação contínua das equipes de campo. O caminho para a produtividade sustentável passa pela agronomia de precisão, planejamento estratégico e excelência operacional no manejo da lavoura”, conclui.