Importação de trigo recua 45% em maio
Mercado de trigo opera com negócios pontuais

Segundo análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), divulgada na quinta-feira (29), os preços do trigo de qualidade superior permaneceram estáveis entre os dias 23 e 29 de maio. No Rio Grande do Sul, a saca foi comercializada a R$ 70,00, enquanto no Paraná, o valor chegou a R$ 80,00, tomando como referência as principais praças dos dois estados.
No cenário externo, os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que as importações brasileiras de trigo recuaram em maio. Nos primeiros 11 dias úteis do mês, foram compradas 359.360 toneladas do cereal, volume 45% inferior ao registrado no mesmo período de 2024.
No Rio Grande do Sul, o mercado permanece travado em meio ao início do plantio da nova safra. De acordo com o Ceema, a maioria dos negócios tem ocorrido “da mão para a boca”, com poucos produtores comercializando seus estoques, concentrando as vendas nos moinhos de Santa Catarina e Paraná. "A maior parte dos negócios envolve produtores próximos aos moinhos", afirma o relatório.
Em Santa Catarina, os negócios seguem pontuais, com destaque para o trigo gaúcho. Os preços da pedra se mantêm entre R$ 75,00 e R$ 80,00 por saca há seis semanas consecutivas.
No Paraná, a oferta de trigo tanto do Rio Grande do Sul quanto do mercado internacional continua relevante. O preço à pronta entrega chegou a R$ 1.500,00 por tonelada, com entrega em julho e pagamento em agosto. Já o trigo argentino foi ofertado entre R$ 1.500,00 e R$ 1.520,00 por tonelada FOB Paranaguá.
Para a safra futura, compradores manifestaram interesse por preços de R$ 1.400,00 por tonelada para outubro e R$ 1.350,00 para novembro. No entanto, segundo a TF Agronômica, não houve vendedores dispostos a fechar negócio nesses patamares.
As perspectivas para a nova safra apontam queda na área plantada. O Paraná já estimou retração de 22%, enquanto a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta uma redução de 11,7% na área nacional. No Rio Grande do Sul, a Emater prevê recuo de 18%, o que deve limitar o cultivo a cerca de 1,1 milhão de hectares.
Neste contexto, segundo a Conab, para alcançar a projeção de 8,2 milhões de toneladas de produção nacional, será necessário um clima bastante favorável ao longo do ciclo.