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Processos biológicos e resíduos orgânicos podem gerar R$ 11 bilhões ao ano

Economia circular pode criar 240 mil empregos



Foto: Canva

A plena adoção de um modelo de economia circular no Brasil pode representar um salto econômico e ambiental. Segundo projeções da Ambipar, com base em dados do SNIS/Ministério das Cidades (2023), a transição completa para esse sistema sustentável poderia injetar R$ 11 bilhões por ano na economia nacional e criar cerca de 240 mil empregos até 2040.

A economia circular propõe um modelo produtivo pautado na reutilização, recuperação, reciclagem e regeneração de materiais e energia, agora ampliado por uma vertente emergente: a biotecnologia circular. Essa abordagem utiliza processos biológicos e resíduos orgânicos para gerar produtos ou serviços com menor impacto ambiental.

Mesmo com 76% das empresas brasileiras já adotando práticas circulares, conforme a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) mostram que apenas 4% dos resíduos sólidos no país são reciclados, o que evidencia o descompasso entre setores produtivos e a sociedade civil.

Nesse contexto, o projeto NAPI Biodiversidade: RESTORE (natuRe-basEd SoluTions for imprOving REforestation) aposta na conversão de resíduos industriais e agroalimentares em materiais biodegradáveis como estratégia para promover a restauração ambiental e impulsionar a bioeconomia. Entre os principais insumos utilizados está a quitosana, biopolímero obtido da quitina presente no exoesqueleto de crustáceos descartados pela indústria pesqueira. Esse material tem sido empregado na produção de nanomateriais com aplicações na encapsulação de substâncias bioativas, como o óxido nítrico, além da fabricação de filmes e suportes biodegradáveis para viveiros e sistemas agroflorestais. De acordo com o professor Halley Caixeta de Oliveira, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que coordena o projeto, “ao reaproveitar resíduos antes descartados, nós contribuímos para evitar o acúmulo de rejeitos, além de estimular cadeias produtivas mais limpas e desenvolver tecnologias de alto valor agregado com baixa pegada ecológica”.

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