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Mitos sobre o solo precisam ser desfeitos, diz especialista

Especialista fala sobre o plantio de eucaliptos


O eucalipto cresce rapidamente com água das chuvas O eucalipto cresce rapidamente com água das chuvas - Foto: Pixabay

Hoje, dia 15 de abril, é considerado o Dia Nacional da Conservação do Solo e, a partir disso, Jorge Antônio de Farias, professor-doutor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), esclareceu uma série de mitos relacionados à produção de eucalipto. De acordo com ele, a produção florestal não causa danos ambientais e mostra que pode ser uma fonte de diversificação de renda para as pequenas propriedades rurais.

“Essa questão dos mitos em torno das florestas plantadas, especialmente de eucaliptos, é histórica. O principal deles é que o eucalipto seca o solo, consome água, enfim, de que a gente não deve plantar porque vai acabar a água. Isso é uma lenda e não procede de forma alguma. O que acontece é que o eucalipto é uma espécie de rápido crescimento e, como qualquer organismo vivo que cresça rápido, ele precisa se alimentar e beber na velocidade do seu crescimento”, comenta.

O eucalipto cresce rapidamente com água das chuvas, mas para de crescer na seca, como outras plantas. Absorve água do solo, preenchendo os espaços entre as partículas do solo. Plantá-lo perto de rios ou açudes não os seca, segundo ele, comprovado pela presença de açudes cercados por eucaliptos. Não há evidências de que o eucalipto comprometa o fluxo hídrico a ponto de secar arroios.

O mito de que espécies de rápido crescimento como o pinus, eucalipto e acácia impedem o crescimento de outras plantas é infundado. “Essa é outra mentira terrível. O que acontece é que quando se tem um monocultivo, mesmas árvores crescendo juntas e próximas uma da outra, pouca luz chega ao solo para permitir a germinação. Esse é o motivo, não é a árvore que largaria uma substância que inibe a presença de outras plantas. É a falta de luz porque as plantas são plantadas muito perto”, completa.

“A legislação inibe e o mercado não consome mais produtos florestais de floresta natural, como araucária, canela, cedro e loro. Então, partindo desse pressuposto de que só temos essas espécies de rápido crescimento para fornecer o que se precisa, vai ser sempre um bom negócio plantar floresta com espécies de rápido crescimento. No contexto do nosso pequeno agricultor, da agricultura familiar, especialmente aquele que cultiva tabaco, o negócio da lenha vai ser sempre bom”, conclui.
 

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