Com 61% das fazendas sem estrutura, silo-bolsa ganha espaço
Capacidade estática atual de armazenagem no Brasil é de 212,4 milhões de toneladas

A deficiência em armazenagem nas propriedades rurais segue como um dos maiores desafios logísticos do agronegócio. De acordo com um levantamento realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com a Esalq-Log da USP, 61% das fazendas do país ainda não contam com qualquer tipo de estrutura para guardar grãos. A pesquisa, feita com mais de 1.000 produtores e divulgada em 2023, também apontou que apenas 9,9% utilizam exclusivamente o silo-bolsa, enquanto 9,2% o adotam como sistema complementar.
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a capacidade estática atual de armazenagem no Brasil é de 212,4 milhões de toneladas — o que cobre apenas 64% da safra estimada para 2025, projetada pelo IBGE em 332,6 milhões de toneladas. Diante desse cenário, a Lonax, tradicional fabricante de lonas e filmes agrícolas, acaba de anunciar sua entrada no mercado de silo-bolsas, com o objetivo de oferecer uma alternativa prática e sustentável aos produtores.
“A entrada da Lonax no mercado de silo-bolsa é uma resposta às necessidades do produtor rural que busca agilidade, segurança e custo-benefício na armazenagem da safra”, destaca Pollyanna Penido, diretora comercial da empresa. Com mais de duas décadas de atuação no setor, a companhia amplia seu portfólio de produtos com foco na eficiência pós-colheita e no fortalecimento da logística dentro da porteira.
A estrutura do silo-bolsa é composta por um tubo plástico que permite o armazenamento temporário de grãos como soja, milho e trigo por até dois anos. Com menor custo inicial que os silos tradicionais e maior flexibilidade, a tecnologia oferece ao agricultor mais autonomia e facilidade de uso. “Na Argentina e no Uruguai, esse tipo de armazenagem já representa até 60% da produção”, afirma a executiva.
Além da economia, o sistema se destaca pela proteção que oferece aos grãos. O microclima criado dentro do silo impede a entrada de oxigênio, dificultando a proliferação de pragas e fungos. O material também é resistente à radiação solar e 100% reciclável, reforçando o compromisso com práticas agrícolas mais sustentáveis.