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Tecnologia agronômica revoluciona estimativa de perdas

O uso do sensoriamento remoto permite o monitoramento detalhado



O uso do sensoriamento remoto permite o monitoramento detalhado O uso do sensoriamento remoto permite o monitoramento detalhado - Foto: Arquivo Agrolink

Eventos climáticos severos, como estiagens, geadas, granizos e enchentes, têm provocado prejuízos bilionários ao agronegócio brasileiro. Segundo Vinicius Nogueira, Engenheiro Agrônomo, a combinação entre sensoriamento remoto, dados meteorológicos e modelagem de produtividade tem se mostrado essencial para quantificar com precisão as perdas agrícolas, especialmente em processos judiciais envolvendo seguros rurais e indenizações.

O uso do sensoriamento remoto permite o monitoramento detalhado da vegetação por meio de índices como NDVI, EVI e GPP, análise do ciclo fenológico das culturas, além da comparação entre áreas impactadas e áreas de controle. A correlação desses dados com eventos climáticos oficiais auxilia na identificação e quantificação das áreas afetadas, fundamentando laudos técnicos robustos. Aplicações práticas envolvem estimativa da área atingida por seca ou enchentes, cálculo da produtividade esperada versus observada, avaliação do impacto hídrico no solo e nas plantas, e suporte técnico para seguros agrícolas e litígios contratuais.

Um caso emblemático citado por Nogueira ocorreu em Mato Grosso do Sul, quando uma lavoura de soja foi avaliada após o produtor alegar perda de 45% devido à estiagem. A perícia utilizou imagens do satélite Sentinel-2 durante todo o ciclo da soja, aplicou índices vegetativos e confrontou as informações com dados pluviométricos do INMET. O laudo indicou perda de 43,2% na produtividade, validando o pedido de indenização com respaldo técnico preciso.

Entre as principais referências para esse trabalho estão o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), da EMBRAPA, e o uso de ferramentas tecnológicas como imagens dos satélites Sentinel, Planet e MODIS, modelos de produtividade GPP e SAFYE, além de dados climáticos fornecidos pelo INMET, CPTEC e ANA. Plataformas como Google Earth Engine, Agrosatélite e SEAGRI viabilizam a análise integrada e facilitam a elaboração dos relatórios técnicos.

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