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Demanda firme sustenta preços do milho apesar de safra recorde no Brasil

Resistência dos vendedores e o consumo interno aquecido explicam o cenário


Foto: Divulgação

Mesmo com expectativa de colheita histórica para a safra 2024/25, o mercado de milho segue com cotações em leve alta em diversas regiões. Levantamento do Cepea aponta que a resistência dos vendedores e o consumo interno aquecido explicam o cenário.

A safra 2024/25 de milho no Brasil deve atingir patamar recorde, mas os preços do cereal mantêm trajetória de leve valorização em grande parte das regiões monitoradas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo o órgão, o movimento de alta, ainda que modesto, é sustentado por dois fatores principais: a demanda interna consistente e a postura mais cautelosa dos produtores na hora de ofertar.

De acordo com o último boletim da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira está estimada em 139,69 milhões de toneladas. O volume representa um avanço de 2% em relação à projeção anterior e de expressivos 21% na comparação com a temporada passada, marcada por quebras climáticas severas em importantes polos de produção.

Apesar do incremento na oferta, o mercado interno mantém firmeza nas negociações. “Os vendedores têm limitado o volume disponível, aguardando melhores oportunidades, ao passo que a demanda, especialmente da indústria de ração, segue aquecida. Isso tem dado sustentação às cotações em diversas praças”, aponta o Cepea em nota técnica.

Os dados refletem uma dinâmica atípica para este período do ano, quando o avanço da colheita geralmente pressiona os preços para baixo. No entanto, fatores como a logística mais cara, incertezas quanto à exportação e a preocupação com o custo de reposição ajudam a justificar a retração da oferta por parte dos produtores.

Do lado da demanda, há também influência do setor de proteínas animais, que mantém ritmo acelerado de abate e exportação, sobretudo de carne de frango e suína. A necessidade de garantir estoques estratégicos impulsiona a busca pelo insumo, principalmente nas regiões Sul e Sudeste.

Embora o cenário atual aponte para estabilidade com viés de alta, analistas alertam para o impacto que o avanço da colheita pode exercer nas próximas semanas. “Com a entrada de maiores volumes no mercado, o comportamento dos preços vai depender da fluidez logística e do apetite do mercado externo”, avalia o Cepea.

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