Crédito estruturado ganha força com as taxações

Com expectativa de encerrar 2025 com alta de 8,2% nas vendas de máquinas e equipamentos agrícolas, o setor começa a sentir os efeitos da nova taxação sobre produtos agrícolas importados, incluindo maquinários vindos dos Estados Unidos. A mudança tem levado produtores a revisar planos de investimento e buscar alternativas de financiamento mais acessíveis.

O impacto nos custos operacionais é significativo, especialmente considerando que o Brasil ainda depende da importação de cerca de 85% dos fertilizantes utilizados. Diante disso, ganha força o mercado de capitais, com destaque para os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), que oferecem uma alternativa mais ágil e personalizada ao crédito tradicional.

“O aumento dos custos com importação tende a comprometer a alavancagem operacional de muitos produtores, elevando sua necessidade de capital de giro. Fundos estruturados, com foco em recebíveis agrícolas, podem absorver a demanda reprimida por financiamento, atuando em diversas pontas da cadeia, que pode variar do produtor ao distribuidor de insumos”, comenta.

A limitação do crédito bancário, agravada pelo aumento da pressão sobre as margens, tem valorizado ativos agrícolas no mercado secundário. Títulos com garantias reais, como CPRs e duplicatas de cooperativas, se tornam mais atrativos, ampliando o potencial de originação de operações por meio dos FIDCs.

Esse movimento também fortalece a indústria nacional de maquinários e insumos, criando novos fluxos de recebíveis e oportunidades para fundos estruturados. A tendência é que produtores intensifiquem o uso de soluções digitais e plataformas integradas, transformando o desafio tributário em impulso para a expansão do crédito privado no agronegócio. “FIDCs passam a ser agentes-chave para garantir liquidez no setor agroindustrial, transformando o desafio tributário em uma janela de crescimento para o crédito privado estruturado”, conclui.