Governo Lula aumenta impostos: Parlamentares questionam
O estopim da mobilização foi o pacote fiscal anunciado pelo ministro Fernando Haddad

Um manifesto assinado por ao menos 19 frentes parlamentares do Congresso, representando cerca de 80% dos deputados e senadores, denuncia que o governo Lula criou ou elevou impostos 24 vezes desde janeiro de 2023. Liderado pelo deputado Fernando Marangoni (União-SP), o grupo critica a escalada tributária e cobra compromisso com a responsabilidade fiscal, indicando insatisfação crescente inclusive entre partidos da base governista, a pouco mais de um ano das eleições.
O estopim da mobilização foi o pacote fiscal anunciado pelo ministro Fernando Haddad, que prevê o fim da isenção do IR sobre títulos e aplicação de alíquota de 5%, como forma de compensar o recuo no IOF. A medida é apenas uma entre tantas adotadas: desde combustíveis e energia, passando por importados, investimentos, apostas e até heranças, praticamente todos os setores da economia e do consumo popular foram atingidos por novos tributos.
Entre os exemplos, destacam-se: volta de PIS/Cofins sobre combustíveis, fim da isenção para compras internacionais abaixo de US\$ 50, aumento no IPI de armas, criação de impostos sobre offshores, fundos exclusivos e apostas online. Além disso, há proposta em estudo para tributar CRIs, CRAs e debêntures incentivadas, o que preocupa o setor produtivo por desestimular investimentos em infraestrutura, agronegócio e moradia.
Parlamentares da oposição, como o deputado Zucco (PL-RS), acusam o governo de promover aumentos sem cortar gastos ou rever estruturas. Para eles, a sequência de tributos contradiz o espírito da reforma tributária recém-aprovada e ameaça a competitividade da economia brasileira.