Enchentes afetam a bovinocultura de corte no RS
O preço médio do boi aumentou 0,99%
De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na quinta-feira (09), as recentes chuvas intensas e enchentes no Rio Grande do Sul têm gerado impactos na bovinocultura de corte. Várias regiões enfrentam dificuldades operacionais, como estradas inacessíveis devido ao acúmulo de lama, pastagens danificadas e áreas alagadas. O aumento do volume de água em rios e córregos tem forçado a remoção de animais das áreas alagadas, afetando diretamente o ganho de peso dos rebanhos e prejudicando a comercialização dos animais de diferentes categorias.
Em Bagé, na região administrativa de Bagé, os animais estão evitando consumir pastagens encharcadas, o que compromete a atividade pecuária. Propriedades que dependem de pastagens cultivadas são mais afetadas devido ao atraso no plantio de inverno. Em áreas com melhor drenagem, os efeitos são menores e há disponibilidade satisfatória de forragem.
Na região de Caxias do Sul, as atividades pecuárias foram significativamente reduzidas pelas chuvas intensas e o acúmulo de barro nas mangueiras, permitindo apenas a realização de tarefas durante breves períodos sem chuvas. A saúde dos bovinos de corte permanece estável em áreas distantes de rios, sem relatos de perdas até o momento. Bovinos terminados em sistemas confinados foram alimentados com silagem e alimentos alternativos devido às barreiras nas estradas, resultando em redução dos abates e estagnação da comercialização.
Em Passo Fundo, a implantação de pastagens foi limitada pelas chuvas, afetando a comercialização de animais, especialmente na recria e terminação, que apresentam preços baixos.
Na região de Pelotas, a alta incidência de carrapatos persiste, exigindo controles mais rigorosos em muitas propriedades.
Em Rio Grande, animais das áreas alagadas foram removidos, sofrendo redução no ganho de peso devido à diminuição das áreas de pastoreio. Medidas preventivas foram tomadas pelos pecuaristas para evitar maiores perdas.
Em Porto Alegre, condições climáticas extremas causaram a morte de animais por afogamento e alagamento de áreas ribeirinhas, impedindo o acesso a estradas e danificando pastos.
Na região de Santa Maria, muitos pastos ficaram submersos e houve perda de animais devido às enxurradas.
Em Santa Rosa, a comercialização estagnou devido às grandes enchentes, com preços permanecendo estáveis em todas as categorias de animais.
Em Soledade, o encerramento do período de cobertura, a alta umidade e o calor mantêm as condições favoráveis para a infestação de carrapatos nos rebanhos.
O levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar indicou que o preço médio do boi aumentou 0,99%, de R$ 8,06 para R$ 8,14. Já o preço da vaca para abate aumentou 0,56%, de R$ 7,08 para R$ 7,12/kg vivo.