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Showtec 2025: pecuária projeta alta e reforça papel do associativismo para baixar custos

No Showtec 2025, especialista destaca cenário de recuperação para a arroba



Foto: Divulgação

Apesar das turbulências enfrentadas nos últimos meses, o mercado da pecuária de corte sinaliza um cenário positivo para o segundo semestre de 2025. Essa foi a avaliação de Hyberville Neto, analista da HN Agro, durante o painel “O futuro da pecuária – estratégia e profissionalização”, realizado nesta terça-feira (20) no Showtec. Promovido pela Famasul Jovem e pela Associação Novilho Precoce MS, o encontro ocorreu na Arena Showtec, em Maracaju (MS).

Segundo Hyberville, os dados mais recentes da B3 indicam uma curva de recuperação para a arroba do boi gordo, com possibilidade de alcançar R$ 390 em dezembro. A projeção se baseia em dois movimentos principais: o início da redução da oferta de animais para abate e a manutenção da demanda externa em níveis elevados.“A nossa expectativa é positiva. A oferta de gado tende a cair e a demanda externa continua forte. Isso deve reduzir a carne disponível no mercado interno e permitir uma valorização mais intensa da arroba. Essa é a nossa leitura base do mercado”, afirmou.

O especialista explicou ainda que, embora o mercado físico esteja sob pressão típica do final de safra, o ciclo de retenção de fêmeas e a redução gradual dos abates devem se consolidar nos próximos meses. Isso cria um ambiente propício para a valorização do boi gordo, especialmente com menor volume de carne disponível no mercado doméstico.

Outro ponto abordado foi o comportamento do milho, que também influencia o custo de produção na pecuária. Hyberville destacou que, mesmo com boas expectativas para a produtividade da safrinha, a relação entre estoque e consumo global ainda inspira cautela. “O mercado futuro pode estar exagerando na projeção de queda. A relação entre oferta e consumo não é confortável, o que pode limitar a pressão sobre os preços. Isso também impacta decisões na engorda e no confinamento”, completou.

Para o superintendente do Novilho Precoce MS, Alexandre Guimarães, o fortalecimento do associativismo é decisivo neste novo cenário.“Eventos como este mostram o quanto o associativismo é essencial. É por meio da organização dos produtores que conseguimos acessar tecnologia, informação, programas de incentivo e garantir representatividade nas decisões que moldam o futuro da nossa atividade, e principalmente, é por meio de organizações assim que conseguimos baixar custo e aproveitar da melhor forma os momentos de alta”, destacou.

O painel também contou com a participação do Prof. Ph.D. Moacyr Corsi (USP), Sidnei de Souza (Terra Desenvolvimento), com mediação do produtor rural Fábio Caminha.

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