Gargalos logísticos travam renda da soja
Em SC o ritmo de vendas permanece lento

A colheita da soja avança em diferentes estados brasileiros, trazendo à tona gargalos logísticos e desafios de armazenagem que impactam diretamente a renda do produtor. Segundo a TF Agroeconômica, no Rio Grande do Sul a safra foi frustrada por veranicos prolongados e chuvas persistentes, resultando em baixa produtividade e qualidade comprometida dos grãos. A comercialização está travada, com produtores renegociando dívidas e retendo volumes nos armazéns, que se mostram insuficientes para a demanda, reforçando o apelo por políticas de armazenagem descentralizada.
Em Santa Catarina, embora a colheita tenha apresentado produtividades satisfatórias, o ritmo de vendas permanece lento, contido pela queda dos prêmios de exportação e pelas cotações internacionais. A falta de estrutura de armazenagem compatível com a expansão da produção de inverno, como a cevada, acende um alerta logístico, exigindo planejamento para evitar gargalos que pressionem a rentabilidade do produtor. Investimentos em infraestrutura são apontados como fundamentais para garantir fluidez e competitividade.
No Paraná, com a colheita encerrada, a preocupação se volta para a gestão fitossanitária e a armazenagem estratégica. O vazio sanitário já está em vigor, protegendo as próximas safras, enquanto os produtores aproveitam a retração no frete e buscam autonomia por meio de estruturas próprias de estocagem, evitando vendas forçadas em momentos de baixa nas cotações. Essa prática fortalece o planejamento financeiro e a resiliência diante de oscilações de mercado.
Já em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, a superposição da soja com o milho safrinha e as colheitas recordes expõem ainda mais a deficiência de armazéns, forçando vendas imediatas e diminuindo o poder de barganha. Iniciativas como a campanha “Armazém para Todos” surgem como alternativa para ampliar a capacidade de estocagem nas propriedades, possibilitando ao produtor maior controle comercial e estabilidade frente às oscilações logísticas e de mercado.