Safrinha: hora de segurar ou vender?

O mercado de milho segue lateralizado na B3 há três semanas, oscilando entre R\$ 62,28 e R\$ 64,53, segundo informações da TF Agroeconômica. Para quem possui milho da 1ª safra, a orientação é vender quando o preço atingir R\$ 64,50, nível de forte resistência no momento. Já para quem tem milho da 2ª safra (safrinha), a recomendação é posicionar ordens de compra a R\$ 62,20, aproveitando possíveis altas futuras. Quem precisava capitalizar, deveria ter fixado preço em março.

Entre os fatores de alta, destaca-se o bom desempenho das exportações americanas. O USDA informou vendas semanais de 903.800 toneladas da safra 2024/2025, superando o relatório anterior. O Japão foi o principal destino. Além disso, houve registro de vendas para a safra 2025/2026 acima da semana passada, somando 155.000 toneladas. Outra sustentação de preços no Brasil é a disputa entre indústrias de carnes, etanol e exportadores, que deve intensificar a partir do fim da colheita e início do consumo de estoques no segundo semestre.

Por outro lado, as condições climáticas favoráveis nos EUA mantêm a previsão de safra recorde, o que exerce pressão de baixa nos preços. A demanda precisa confirmar esse ritmo para absorver a produção. Além disso, a indefinição de acordos comerciais e o possível favorecimento de refinarias pela EPA com cortes em biocombustíveis são pontos de atenção para traders. A valorização do real também colabora para limitar os preços do milho no Brasil, reduzindo a competitividade externa e desestimulando as vendas.

No cenário interno, a colheita em ritmo acelerado e a oferta plena pressionam as cotações, sendo julho, historicamente, o mês de preços mais baixos. Outro fator de pressão vem da retração nas cotações das carnes e do etanol: carne bovina recuou 1,24% em relação ao fim de 2024; o frango caiu 10,48%; etanol anidro, 3,18%; e hidratado, 2,85%. Assim, a recomendação é de cautela na comercialização, ajustando estratégias para aproveitar oportunidades de mercado.