Soja recua em Chicago com ausência da China
Outro fator baixista foi a divulgação das projeções da consultoria StoneX

Segundo informações da TF Agroeconômica, os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a cair nesta quarta-feira (6), pressionados pela ausência da China entre os compradores da nova safra americana e por estimativas de uma colheita robusta nos Estados Unidos. O contrato de setembro, referência para a safra brasileira, fechou com queda de 0,62% (-6,00 cents/bushel), cotado a US$ 965,25/bushel. Já o vencimento de novembro caiu 0,66% (-6,50 cents/bushel), encerrando a sessão a US$ 984,25/bushel.
A ausência da China no mercado norte-americano tem sido o principal fator de preocupação entre os analistas. Embora a soja brasileira esteja mais cara do que a americana para parte dos compradores internacionais, o gigante asiático vem evitando novas compras nos EUA. A expectativa é que a China segure ou reduza ao máximo suas aquisições enquanto não houver um avanço relevante nas negociações comerciais bilaterais, mesmo com Brasil e Argentina não conseguindo suprir completamente a demanda chinesa.
Outro fator baixista foi a divulgação das projeções da consultoria StoneX, que indicaram uma produtividade média da soja americana de 3.605 quilos por hectare e uma produção total de 120,43 milhões de toneladas — números acima dos estimados pelo USDA no mês passado (3.531 quilos/ha e 117,98 milhões de toneladas). A expectativa de uma safra recorde pressiona ainda mais as cotações em meio à demanda contida.
Além disso, o mercado sente os efeitos das novas tarifas comerciais. Entrou em vigor nesta quarta a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros determinada pelos EUA. Paralelamente, o governo americano formalizou medida contra a Índia, impondo uma tarifa adicional de 25% a partir do dia 27 deste mês. A ação é uma resposta à manutenção de relações comerciais desses países com a Rússia, afetando diretamente o fluxo global de commodities.