Empresas brasileiras lideram contratações no agro
Os contratantes são, em sua maioria, empresas de médio e grande porte

As empresas brasileiras estão na liderança da contratação de profissionais da alta liderança no agronegócio, segundo levantamento da Michael Page, consultoria do PageGroup. O estudo mostra que a participação de companhias nacionais saltou de 50% para 70% no primeiro quadrimestre, resultado de maior profissionalização e avanço na sucessão familiar. O movimento reflete uma postura mais arrojada das empresas brasileiras, enquanto multinacionais mantêm cautela diante do cenário global.
De acordo com Stephano Dedini, diretor-executivo da Michael Page, cresce a busca por executivos com perfil estratégico, domínio técnico e visão de negócios. Os cargos mais demandados são Líder de RH, Diretor Agrícola, Diretor Industrial e CFO, com salários que variam de R\$ 30 mil a R\$ 65 mil, dependendo da posição e da experiência exigida. O foco é garantir governança, eficiência e gestão de equipes alinhadas a inovações e práticas sustentáveis.
Os contratantes são, em sua maioria, empresas de médio e grande porte, com faturamento de até R\$ 1 bilhão, atuantes principalmente no interior paulista e na região Centro-Oeste, em segmentos como produção de grãos, implementos agrícolas e agricultura de precisão. Essa nova fase também é impulsionada pela transição geracional, que exige profissionais capazes de conduzir a expansão de forma estruturada.
Segundo Dedini, o RH no agro vem ganhando papel ainda mais estratégico, liderando transformação digital, práticas de inclusão, sustentabilidade e planejamento sucessório. Já posições como Diretor Agrícola, Industrial e Financeiro reforçam a profissionalização da gestão operacional, buscando maior produtividade, redução de custos e preparação para novos ciclos de crescimento no campo.
“Nos últimos dois anos, observamos uma mudança clara no perfil do contratante. Enquanto as multinacionais adotam uma postura mais cautelosa diante do cenário macroeconômico global, as empresas nacionais estão acelerando sua maturidade organizacional, com foco em governança, planejamento sucessório e preparação para novos ciclos de crescimento”, afirma.