Soja sobe em Mato Grosso apesar da pressão de Chicago

O mercado da soja apresentou um desempenho misto em Mato Grosso na última semana. Enquanto o preço da soja disponível registrou valorização, os contratos futuros sofreram desvalorização, refletindo fatores externos que exigem atenção do produtor. Segundo informações do boletim informativo do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a cotação média da soja disponível subiu 2,11%, alcançando R$ 116,22 por saca. A alta foi sustentada principalmente pelos prêmios portuários atrativos.

Apesar da boa notícia no mercado físico, a paridade de exportação para o contrato de março de 2026 apresentou queda de 0,71% em relação à semana anterior, fechando em R$ 106,95 por saca. O recuo está diretamente ligado ao comportamento da Bolsa de Chicago (CME-Group), onde as cotações futuras da oleaginosa caíram 2,12%. O contrato de março de 2026 terminou o período cotado a US$ 10,34 por bushel.

A pressão negativa sobre os preços internacionais é explicada principalmente por dois fatores: a expectativa de uma safra recorde nos Estados Unidos e a redução da demanda chinesa pela soja americana. Esse cenário contribui para a queda nas cotações futuras, mesmo diante da valorização dos prêmios logísticos no Brasil.

De acordo com o Imea, os prêmios em Paranaguá para o contrato de março de 2026 subiram expressivos 94,12%, com média semanal de ¢US$ 26,40 por bushel. Esses prêmios foram fundamentais para suavizar os impactos da baixa em Chicago, oferecendo ao produtor mato-grossense uma margem um pouco mais confortável no curto prazo.

No entanto, o instituto alerta que os próximos movimentos do mercado dependerão do desenrolar das relações comerciais entre Estados Unidos e China. Qualquer nova sinalização de aumento ou redução nas compras chinesas pode influenciar diretamente os preços da soja em Mato Grosso. Por isso, o produtor deve manter o foco nas negociações globais e nas oportunidades de comercialização diante das oscilações do mercado internacional.