Expansão da soja perde força no Brasil com recuo no Paraná
O crescimento da área plantada de soja tem mostrado sinais de desaceleração

O crescimento da área plantada de soja tem mostrado sinais de desaceleração no Brasil, conforme apontam os dados mais recentes da EEmovel, empresa especializada em mapeamento agrícola. O recuo mais expressivo foi registrado no Paraná, onde a área cultivada na safra 2024/25 foi de 4,55 milhões de hectares, o que corresponde a 89% da estimativa inicial. Na safra anterior, o índice havia sido de 94%, com um total de 5 milhões de hectares.
No Mato Grosso, maior produtor nacional, a área plantada chegou a 10,17 milhões de hectares, atingindo 98% da estimativa e superando os 8 milhões registrados na safra passada, que correspondiam a 95% da projeção. Apesar do crescimento em alguns estados, o ritmo de expansão da soja está menor no cenário nacional.
A desaceleração do avanço nas lavouras reflete um momento de cautela no setor. De acordo com a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), as exportações de soja caíram 6,46% em maio de 2025, em comparação ao mesmo período de 2024. Em janeiro deste ano, a queda foi mais acentuada, próxima a 50%.
A elevação dos custos de produção, com destaque para fertilizantes e defensivos agrícolas, contribui para o cenário de retração. O aumento das pressões logísticas e comerciais internacionais também tem afetado a tomada de decisões no campo. Segundo Luiz Almeida, diretor de operações do Agro da EEmovel, os produtores estão ajustando suas estratégias frente ao novo contexto. “Estamos observando uma mudança estratégica por parte dos produtores. A busca por maior produtividade com menor risco e o uso mais eficiente dos recursos está moldando um novo perfil de produção”, afirmou.
O setor vive, portanto, um momento de transição, priorizando eficiência e gestão de riscos em detrimento da simples ampliação da área plantada. Essa tendência sinaliza uma maturação no agronegócio brasileiro, que busca alternativas para manter a competitividade diante de um mercado externo mais volátil.