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Produtor e consumidor perdem com alta do frete

No agronegócio, o impacto é ainda maior



No agronegócio, o impacto é ainda maior No agronegócio, o impacto é ainda maior - Foto: Arquivo Agrolink

O transporte é um dos principais fatores que encarecem alimentos e insumos no Brasil. A logística pode representar até 15% do valor final pago pelo consumidor, com forte peso do modal rodoviário, responsável por 62% da movimentação de cargas no país. Em 2025, os custos logísticos brasileiros alcançaram R$ 940 bilhões, alta de quase 7% em relação ao ano anterior, segundo dados do Instituto Ilos.

No agronegócio, o impacto é ainda maior. As tarifas de transporte de grãos tiveram altas expressivas: 39% no Piauí, 26,8% no Maranhão e até 20% em municípios paranaenses como Campo Mourão. O frete, mesmo que invisível ao consumidor, aumenta o preço final dos alimentos, especialmente quando há rotas redundantes, cargas ociosas ou caminhões rodando vazios.

“O frete é um componente invisível que o consumidor raramente percebe, mas que está embutido em tudo que chega ao supermercado. Uma rota redundante, carga ociosa ou caminhões rodando vazios são custos que se somam ao preço do alimento”, explica Célio Martins, gerente de novos negócios da Transvias, que atua há mais de duas décadas acompanhando tendências logísticas no Brasil.

A precariedade da infraestrutura também pesa. Transportar uma tonelada de grãos até a China custa US$ 110 no Brasil, contra cerca de US$ 56 nos EUA e na Argentina. Estratégias como roteirização inteligente e uso de cargas fracionadas podem reduzir em até 20% o custo por tonelada transportada.

Além disso, há a necessidade de políticas públicas para diversificar os modais, incentivando transporte ferroviário e hidroviário, e investimentos em eficiência do rodoviário. O desafio do campo segue sendo colher, vender e fazer com que o trajeto entre a fazenda e o mercado pese menos no bolso do consumidor. “A solução para o custo do frete não está apenas na mão do produtor ou do transportador. É um esforço conjunto, que precisa unir tecnologia, gestão eficiente e investimento em infraestrutura”, conclui Martins.

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