Trigo: produtores reduzem custos no início do plantio
RS inicia preparo do trigo com menor aporte técnico

Com o fim da safra de verão e o início do período recomendado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), os produtores do Rio Grande do Sul intensificaram as atividades para o cultivo do trigo. Segundo o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na quinta-feira (22), o foco das ações recentes tem sido o preparo das áreas, com destaque para a aplicação de herbicidas nas lavouras que anteriormente abrigavam soja.
A operação havia sido adiada devido ao longo período sem chuvas, que restringia o manejo apenas às regiões com níveis mais elevados de umidade no solo. Agora, com a retomada das condições adequadas, o plantio ganha ritmo, ainda que sob novas limitações.
A Emater/RS-Ascar observa uma tendência crescente de cultivo com menor nível tecnológico. “Há maior uso de sementes próprias e redução na aplicação de fertilizantes”, informou a entidade. Essa mudança é atribuída, segundo o boletim, à descapitalização dos produtores, provocada por sucessivas frustrações de safra, aumento dos custos com seguro rural e Proagro, além da atual cotação do cereal, considerada pouco atrativa pelos triticultores.
Informações preliminares de cooperativas e agentes técnicos apontam aumento na procura por testes de germinação e vigor de sementes salvas, enquanto a busca por sementes certificadas e linhas de financiamento diminui. Esse comportamento reforça a expectativa de retração tanto na área plantada quanto na adoção de tecnologias para a Safra 2025.
Na safra anterior, o Rio Grande do Sul cultivou 1.331.013 hectares de trigo, com produtividade média de 2.781 kg por hectare, conforme dados do IBGE. A Emater/RS-Ascar está em fase de levantamento das intenções de plantio para a próxima safra. Os dados devem ser apresentados nas próximas semanas.