Cotonicultores de MT aceleram vendas mesmo com queda nos preços
Preço médio das vendas realizadas em junho ficou em R$ 133,34 por arroba

A comercialização do algodão em pluma da safra 2024/25 segue avançando em Mato Grosso, mesmo com a queda nas cotações. Segundo informações do boletim informativo do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), até junho de 2025, 65,01% da produção estimada já havia sido vendida. O número representa um crescimento de 2,35 pontos percentuais em relação ao mês anterior, impulsionado pela decisão de parte dos produtores em aproveitar o atual cenário antes de possíveis novas quedas.
Ainda de acordo com o Imea, o preço médio das vendas realizadas em junho ficou em R$ 133,34 por arroba, o que representa uma retração de 3,34% em comparação com o mês de maio. A desvalorização, somada à ausência de fatores de curto prazo que sustentem uma recuperação nos preços, tem levado os cotonicultores a anteciparem os contratos, visando garantir receita em um mercado instável.
Para a safra 2025/26, o cenário é de maior cautela. A comercialização atingiu 20,68% da produção projetada em junho, avanço de 1,91 ponto percentual no comparativo mensal. No entanto, o ritmo está 8,51 pontos percentuais abaixo da média dos últimos cinco anos. Segundo o boletim do Imea, os produtores têm demonstrado insegurança quanto às condições climáticas do próximo ciclo e à manutenção dos preços em níveis considerados atrativos.
O preço médio da arroba referente às vendas da safra futura também recuou. Em junho, a cotação média foi de R$ 134,71, queda de 1,67% em relação ao mês anterior. A tendência de baixa e a volatilidade do mercado internacional explicam o comportamento retraído dos cotonicultores, que preferem aguardar sinais mais claros antes de comprometer novos volumes.
Mesmo com os desafios, Mato Grosso segue como o principal produtor de algodão do país, e a evolução da comercialização será decisiva nos próximos meses. Acompanhar os indicadores de mercado, os custos de produção e a movimentação cambial deve ser essencial para orientar as decisões dos produtores em relação à comercialização da fibra.