Inverno 2025: o que esperar da estação?
Região Sul pode ter geadas mesmo com calor acima da média

O inverno no Hemisfério Sul teve início na última sexta-feira (20), às 23h42, e se estenderá até 22 de setembro, às 15h19, no horário de Brasília. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a estação é marcada pelo período menos chuvoso nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e parte das regiões Norte e Nordeste. Já os maiores volumes de precipitação devem ocorrer no noroeste da Região Norte, no leste da Região Nordeste e em parte da Região Sul.
Além da redução da radiação solar, o inverno é caracterizado pelas incursões de massas de ar frio vindas do sul do continente. Essas massas provocam queda nas temperaturas, com médias inferiores a 22°C no leste das regiões Sul e Sudeste. Segundo o Inmet, essas condições podem resultar na formação de geadas no Sul, Sudeste e no Mato Grosso do Sul, na ocorrência de neve nas áreas serranas e planaltos da Região Sul e em episódios de friagem no Mato Grosso, Rondônia, Acre e sul do Amazonas.
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Durante a estação, são comuns formações de nevoeiros e névoa úmida nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, devido às inversões térmicas matinais. O fenômeno provoca redução de visibilidade, afetando estradas, áreas serranas e aeroportos.
No Oceano Pacífico Equatorial, as temperaturas da superfície do mar na região de Niño 3.4 permaneceram próximas de zero nos últimos três meses. Esse comportamento reforça a manutenção da neutralidade climática, com desvios entre -0,5°C e 0,5°C. A previsão do APEC Climate Center, sediado na Coreia do Sul, aponta 68% de probabilidade de manutenção das condições de neutralidade durante o inverno de 2025.
Para os meses de julho, agosto e setembro, a previsão climática elaborada pelo CPTEC, Inmet e Funceme indica chuvas próximas ou abaixo da média em grande parte da Região Norte. Exceção ocorre no norte de Roraima, noroeste do Pará e Amapá, onde há expectativa de precipitações acima da média. As temperaturas devem permanecer acima da média, com atenção para a possibilidade de queimadas no sul da Amazônia devido à combinação de calor, baixa umidade e escassez de chuvas.
Na Região Nordeste, a previsão é de chuvas próximas à média no interior, que já se encontra em período seco. Nas demais áreas, são esperadas precipitações abaixo da média. O Inmet destaca que as águas mais aquecidas do Atlântico tropical podem favorecer chuvas na costa leste do Nordeste. As temperaturas devem permanecer acima da média em toda a região, com destaque para o sul do Maranhão, onde as médias podem ficar até 2°C acima do normal.
No Centro-Oeste, a estação seca já começou em maio. A previsão indica chuvas abaixo da média e queda nos índices de umidade relativa do ar, com valores diários abaixo de 30% e picos mínimos inferiores a 20%. As temperaturas devem seguir acima da média, o que pode intensificar a ocorrência de queimadas e incêndios florestais.
Para a Região Sudeste, a expectativa é de chuvas abaixo da média, com exceção de áreas pontuais do litoral, que podem receber precipitações associadas à passagem de frentes frias. As temperaturas devem permanecer elevadas, mas o Inmet não descarta episódios de entrada de ar frio, com possibilidade de geadas em locais de maior altitude.
Na Região Sul, o prognóstico indica chuvas próximas ou acima da média para Santa Catarina e Rio Grande do Sul, enquanto o Paraná deve registrar volumes abaixo da média. As temperaturas devem permanecer acima da média durante a maior parte do inverno, com os maiores valores esperados para o Paraná. No entanto, a atuação de massas de ar polar pode causar quedas pontuais de temperatura e favorecer a ocorrência de geadas, especialmente em áreas de maior altitude.