Gripe aviária e safra cheia aumentam pressão sobre o preço do milho
Os preços do milho voltaram a registrar queda no mercado brasileiro

Os preços do milho voltaram a registrar queda no mercado brasileiro durante a primeira quinzena de maio, após a forte alta verificada em março. Em Campinas (SP), as cotações recuaram 7,6%, saindo de R$ 83,59 para R$ 77,20 por saca, pressionadas pelo bom desenvolvimento das lavouras da segunda safra, que segue com 90% das áreas na fase reprodutiva e mais de 80% em condições entre boas e excelentes, segundo a Conab.
De acordo com informações divulgadas pela consultoria Itaú BBA, os preços internacionais também cederam diante do rápido avanço do plantio nos Estados Unidos, que tem beneficiado as lavouras com boas condições climáticas. O milho americano devolveu os ganhos de abril e caiu 5,5% na primeira quinzena de maio, cotado a USD 4,49/bu em Chicago. A consultoria destaca ainda que, apesar da retirada de tarifas entre EUA e China ser um fator de suporte, o mercado global segue pressionado pela perspectiva de uma grande safra tanto nos EUA quanto no Brasil.
No cenário internacional, o USDA revisou para cima a produção brasileira na safra 2024/25, estimando 130 milhões de toneladas, enquanto os EUA podem colher até 402 milhões de toneladas na temporada 2025/26, o que deve elevar os estoques finais americanos em quase 30%. Internamente, outro fator de alerta é a gripe aviária no Rio Grande do Sul, que pode reduzir a demanda por milho com o fechamento de mercados importadores de aves, adicionando mais pressão sobre os preços domésticos.