Trigo começa agosto com preços firmes no Sul e otimismo moderado no campo

No mercado físico brasileiro, o trigo começou agosto com preços relativamente estáveis e firmes. Conforme o CEEMA, os valores pagos aos produtores no Rio Grande do Sul fecharam a semana em R$ 69,93/saco, com as principais praças gaúchas registrando R$ 70,00/saco. No Paraná, os preços variaram entre R$ 76,00 e R$ 78,00/saco.

Mesmo diante da pressão das cotações internacionais, a proximidade da colheita brasileira e a demanda regional aquecida ajudam a sustentar o mercado. Em Chicago, o bushel do trigo fechou o dia 07/08 em US$ 5,18, mantendo-se próximo da média de US$ 5,13 na semana — ainda assim, abaixo das expectativas de meses anteriores.

A produção nacional segue com boas perspectivas. As lavouras no Sul do país estão em bom desenvolvimento, e o otimismo é maior após os desafios climáticos enfrentados na safra passada. Com a recuperação da área plantada e clima até agora favorável, a expectativa é de crescimento moderado na produção.

No entanto, analistas alertam que a concorrência com trigo argentino e as importações podem pressionar o mercado no último trimestre do ano. Outro ponto de atenção está na qualidade do grão, especialmente se houver excesso de chuvas durante a colheita.

A valorização do dólar ao redor de R$ 5,46 pode ajudar a travar parte da entrada de trigo importado, mas ainda não garante proteção total. O mercado segue atento aos desdobramentos cambiais e à política comercial de grandes fornecedores internacionais.

Segundo o CEEMA, o momento é de equilíbrio entre oferta e demanda no curto prazo. A recomendação é que produtores busquem contratos com proteção cambial e fiquem atentos às oportunidades de mercado nos próximos meses.