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Açúcar segue pressionado

“Esse movimento afeta diretamente as expectativas de preço do etanol"



“Esse movimento afeta diretamente as expectativas de preço do etanol" “Esse movimento afeta diretamente as expectativas de preço do etanol" - Foto: Pixabay

O mercado mundial de açúcar continua pressionado pela predominância de fatores de baixa, refletindo a maior expectativa de oferta global para as próximas temporadas, segundo análise recente da Hedgepoint Global Markets. Os preços do açúcar bruto caíram mais de 3% desde o início de junho, atingindo 16,49 c/lb, nível não visto desde meados de 2021, quando os mercados ainda se recuperavam dos impactos da pandemia e do excesso de produção acumulado.

“Esse movimento afeta diretamente as expectativas de preço do etanol. Como o biocombustível tem cerca de 70% do conteúdo energético da gasolina, seu preço está intimamente ligado ao de sua contraparte de combustível fóssil. Os preços mais baixos da gasolina acabam, portanto, por limitar o potencial de alta do etanol, já que ao atingir o limite de preço de energia equivalente mais rapidamente faria com que a preferência do consumidor voltasse para a gasolina, agora mais barata”, explica Lívea Coda, Coordenadora de Inteligência de Mercado da Hedgepoint Global Markets.

No âmbito das exportações, o Brasil apresentou desempenho razoável em maio, com a região Centro-Sul exportando 2,1 milhões de toneladas, ligeiramente acima da média histórica, totalizando cerca de 2,25 milhões de toneladas somando o Norte-Nordeste. A expectativa é que os embarques se acelerem em junho, aumentando a oferta disponível no curto prazo. Apesar de uma possível redução nas compras da China na temporada 2024/25, o país ainda deve manter aquisições quando os preços forem altamente favoráveis. Já países como Argélia, Indonésia e Bangladesh reduziram seus volumes importados em relação ao ano anterior.

No cenário asiático, fortes chuvas na Índia geraram preocupação sobre atrasos no plantio da safra 2025/26, mas as previsões oficiais indicam que o país seguirá produzindo excedentes de açúcar por pelo menos duas safras consecutivas, mantendo a oferta líquida acima de 30 milhões de toneladas. A continuidade das exportações tailandesas também exerce pressão para baixo nos preços globais.

Lívea Coda ressalta que a maior disponibilidade no Hemisfério Norte, somada à menor paridade do etanol no Brasil, são os principais elementos que sustentam o sentimento negativo no mercado. Ainda assim, a analista aponta que há potencial para algum movimento de alta, especialmente com a aproximação do próximo relatório da UNICA, que deve trazer dados mais claros sobre o ritmo da colheita e a produtividade da safra atual.

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