Ferrugem, pragas e daninhas: como proteger a soja?
Outro ponto crítico é o manejo de plantas daninhas

A safra 2025/26 de soja já traz alertas importantes para os produtores, especialmente no estágio V2 da cultura. Segundo André Formighieri Angonese, gerente de vendas, práticas integradas de manejo são fundamentais para preservar a produtividade e reduzir custos de produção.
No campo das doenças, a ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi) continua sendo a maior ameaça, com potencial de perdas que variam de 10% a 90%. Entre as estratégias de prevenção estão o vazio sanitário, o uso de cultivares resistentes e de ciclo precoce, além do monitoramento com coletores de esporos, que permitem identificar o fungo antes do aparecimento dos sintomas visuais. A aplicação de fungicidas deve ser racional e baseada em dados, evitando pulverizações desnecessárias.
No manejo de pragas, o MIP-Soja (Manejo Integrado de Pragas) já se consolidou como prática eficiente, reduzindo em média 51% das aplicações de inseticidas no Paraná e garantindo ganhos de até 2,3 sacas por hectare. O processo envolve monitoramento com pano-de-batida, definição de níveis de ação para intervenção, preservação de inimigos naturais e uso racional de inseticidas apenas quando indispensável.
Outro ponto crítico é o manejo de plantas daninhas, que competem por recursos essenciais e afetam diretamente o rendimento da lavoura. O controle deve combinar herbicidas de pré e pós-emergência, práticas culturais como rotação de culturas e cobertura vegetal, além da semeadura direta, que reduz a pressão de espécies como capim-marmelada e trapoeraba.
Caso doenças, pragas e plantas daninhas não sejam controladas, os impactos fisiológicos na soja podem ser severos, incluindo redução da fotossíntese, abortamento de flores e vagens, estresse oxidativo e desbalanço nutricional. Esses fatores comprometem o crescimento, o enchimento de grãos e levam à desuniformidade no desenvolvimento vegetativo, atrasando a floração e a maturação.