Novo estudo contra glifosato tem "falhas graves", diz fabricante
Enquanto a polêmica continua, o glifosato segue autorizado

A Bayer voltou a defender publicamente a segurança do Roundup, seu herbicida à base de glifosato, após a divulgação de um novo estudo do Instituto Ramazzini apontando risco aumentado de câncer em ratos expostos ao produto. Em nota, a empresa afirmou que a pesquisa apresenta “falhas metodológicas graves” e se encaixa em um “histórico de afirmações enganosas” do instituto, cujos estudos já foram rejeitados pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) e criticados por autoridades europeias por falta de rigor científico.
Desde que adquiriu a Monsanto, criadora do Roundup, a Bayer vem enfrentando um volume expressivo de processos judiciais. Atualmente, são cerca de 67 mil ações ativas nos EUA, mesmo após acordos bilionários que já custaram à empresa quase US\$ 11 bilhões para encerrar mais de 100 mil casos. Recentemente, um tribunal de apelação do Missouri manteve uma condenação de US\$ 611 milhões para três pessoas que atribuíram seu câncer ao uso do herbicida. A Bayer anunciou que recorrerá novamente.
Apesar da pressão jurídica e acusações que questionam a segurança do glifosato, a Bayer reafirma que seus produtos são seguros quando utilizados conforme as recomendações. A empresa sustenta que há mais de 50 anos as principais agências regulatórias do mundo, como a EPA e a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA), consideram o glifosato não cancerígeno e liberam seu uso agrícola.
Enquanto a polêmica continua, o glifosato segue autorizado em grande parte do mundo. Nos EUA, a EPA prometeu reavaliar os riscos ambientais e a possibilidade de efeitos cancerígenos após decisão judicial. Já a União Europeia renovou a licença por mais dez anos em 2023, mas o tema permanece polêmico entre países-membros. Para a Bayer, manter a confiança no Roundup é essencial para sua reputação e para reduzir perdas financeiras com novos processos.