UE classifica café do Brasil como risco médio
A classificação levou em consideração critérios como taxas de desmatamento

De acordo com comunicado oficial de Marcos Antonio Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), divulgado em 22 de maio, a União Europeia (UE) publicou a classificação de risco por país no âmbito do Regulamento Europeu para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR). O Brasil, incluindo o setor cafeeiro, foi classificado como risco médio, o que significa que 3% dos volumes exportados para o bloco estarão sujeitos a auditorias de conformidade.
A classificação levou em consideração critérios como taxas de desmatamento, degradação florestal e expansão agrícola. Enquanto isso, países concorrentes do Brasil no mercado de cafés especiais, como Vietnã, Índia, Costa Rica, Quênia e Jamaica, receberam classificação de baixo risco, o que representa menos exigências e auditorias, além da possibilidade de uma devida diligência simplificada.
Diante desse cenário, o Cecafé reforça a necessidade urgente do setor investir no georreferenciamento de alta resolução do parque cafeeiro brasileiro, a fim de apresentar às autoridades europeias dados técnicos e científicos que comprovem o baixo risco de desmatamento do café nacional. Essa ação é fundamental, especialmente considerando o recorte temporal adotado pelo EUDR, que estabelece dezembro de 2020 como data limite para a verificação de conformidade ambiental.
O comunicado destaca ainda que é essencial que o Brasil avance no combate ao desmatamento, na melhoria dos sistemas de monitoramento, na validação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e na regulamentação completa do Código Florestal. Segundo o Cecafé, a entidade continuará atuando diretamente com as autoridades da Comissão Europeia, levando informações técnicas sobre a cafeicultura brasileira, com o objetivo de buscar, no futuro, uma reclassificação para baixo risco, especialmente com a possibilidade de adoção de critérios regionais.