Soja: Queda persiste, mas há oportunidades
Em relação à próxima safra, as cotações de maio de 2026 seguem estáveis

Segundo análise da TF Agroeconômica, publicada nesta segunda-feira (12/08), o mercado de soja enfrenta mais fatores negativos do que positivos no curto, médio e longo prazos, tanto para a safra atual quanto para a futura. Apesar da tendência de queda nas cotações, dois elementos podem alterar levemente o cenário: a reunião entre autoridades dos EUA e da China na Suíça, ainda que compras chinesas só retornem em outubro de 2025, e possíveis, porém ainda não previstos, problemas climáticos. Diante disso, a consultoria recomenda aos produtores que aproveitem picos de alta para fixar preços, acompanhando gráficos para decisões estratégicas.
Em relação à próxima safra, as cotações de maio de 2026 seguem estáveis, à espera de definições comerciais entre os dois países. Como os EUA devem colher uma safra maior a partir de outubro, perder a China como compradora seria catastrófico para os produtores norte-americanos. A TF sugere aproveitar margens de lucro quando surgirem — atualmente em torno de 31,09% — e manter no máximo 10% da produção para especulação futura.
Entre os fatores altistas, o mercado projeta produção e estoques menores nos EUA para 2025/2026, conforme expectativas antes do novo relatório do USDA. Além disso, há um otimismo moderado em torno da primeira reunião formal entre representantes americanos e chineses, que promete aliviar tensões e abrir espaço para acordos comerciais.
No entanto, fatores baixistas pesam mais: a postura imprevisível de Donald Trump, que voltou a propor tarifas de até 80% contra a China, e a rigidez diplomática chinesa diante das pressões americanas. Além disso, a concorrência da safra sul-americana e o bom clima nos EUA aumentam a pressão sobre os preços, tanto no mercado internacional quanto no Brasil.