La Niña aumenta probabilidade de riscos para produção global de café

No cenário global da produção de café, a iminente chegada do fenômeno La Niña está gerando apreensão entre os produtores, com alertas sobre possíveis riscos climáticos que podem afetar significativamente as colheitas em várias regiões do mundo.

De acordo com as últimas atualizações do Centro de Previsão Climática dos Estados Unidos, a probabilidade de La Niña se tornar ativo no final do segundo trimestre aumenta, o que acende sinais de alerta especialmente nas regiões produtoras de café. As previsões apontam para um potencial impacto que abrange desde o Sudeste do Brasil até as plantações na Indonésia, Vietnã, Colômbia e Guatemala.

No Brasil, principal produtor mundial de café, as temperaturas mais baixas e o risco de geadas são fatores preocupantes para os cafeicultores, particularmente no Sudeste do país. A possibilidade de interrupções nas colheitas também assombra a Indonésia, com o potencial aumento das chuvas, especialmente em Sumatra, o que pode resultar em atrasos significativos.

No Vietnã, embora as anomalias negativas de temperatura durante o La Niña ainda gerem incertezas sobre seu impacto nos rendimentos, a preocupação persiste. Na Colômbia e na Guatemala, chuvas mais intensas aumentam o risco de danos às plantações e a propagação de doenças, enquanto os países da América Central enfrentam a ameaça adicional de tempestades tropicais e furacões.

Natália Gandolphi, analista de Café da hEDGEpoint, observa que os dados históricos indicam uma correlação entre La Niña e flutuações nos rendimentos das colheitas. Ela ressalta que, nos últimos anos, o fenômeno esteve ativo durante fases-chave do desenvolvimento das culturas, resultando em reduções significativas nos rendimentos.