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Mercado de café segue volátil em setembro

Café arábica e robusta atingem máximas de 3 meses em agosto


Foto: Pixabay

Os preços do café continuam sustentados por preocupações de curto prazo e compras especulativas, em meio à redução dos estoques certificados de arábica e à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre o grão brasileiro. A maioria das outras origens está em entressafra e os agricultores brasileiros aguardam o florescimento da safra 26/27 para retomar negociações. O clima seco no Brasil aumenta a expectativa por chuvas, necessárias para induzir o florescimento, enquanto o mercado também acompanha as condições no Vietnã, América Central e Colômbia, que ainda desenvolvem a temporada 25/26.

Ao longo de agosto, o mercado registrou forte volatilidade. Depois de um período mais lento, os contratos futuros avançaram nas últimas semanas, impulsionados pelas incertezas de oferta e pelas compras especulativas. O contrato de dezembro/25 do arábica chegou a 391 c/lb na quinta-feira e encerrou na sexta-feira, 29 de agosto, a 386,1 c/lb, acumulando alta de 33,7% no mês. Já o contrato de novembro do robusta subiu 44,5% no período, fechando a 4.815 USD/mt. “Apesar da queda no início desta semana de setembro, o mercado tende a seguir volátil. Notavelmente, a arbitragem entre os preços do Arábica e do Robusta também aumentou no mês e agora está em seus níveis mais altos desde o início de 2022”, explicou Laleska Moda, analista de inteligência de mercado da Hedgepoint Global Markets.

Segundo a análise, as preocupações com a disponibilidade de arábica a curto prazo aumentam, já que a safra 25/26 do Brasil veio menor que o esperado e os estoques certificados seguem em queda. A entidade destacou que os torrefadores norte-americanos devem recorrer a outras origens com estoques limitados, além de certificados, o que dá suporte adicional aos preços.

Moda detalhou que, no caso do robusta, a disponibilidade no Vietnã continua restrita. Alguns traders têm buscado grãos brasileiros e indonésios para cumprir contratos, e a passagem do tufão Kajiki pelo país, no final de agosto, ampliou a instabilidade, embora não tenha atingido as regiões produtoras. “A demanda por Robusta pode aumentar nos próximos meses devido aos atuais níveis de arbitragem e temores de escassez de arábica. Como mencionado anteriormente, o estoque certificado caiu em meio à falta de interesse de venda dos agricultores brasileiros, enquanto a maioria das outras origens está em sua entressafra”, afirmou a analista.

De acordo com a Hedgepoint, os fundamentos também incentivaram compras especulativas. Na semana passada, fundos arábica ampliaram posições compradas líquidas, enquanto fundos robusta migraram de posições vendidas para compradas no último relatório COT, reforçando a alta das cotações. “À medida que avançamos para o desenvolvimento da temporada 26/27 no Brasil, podemos ver mais atividade de fundos nas próximas semanas, dependendo da previsão de chuvas do país, pois desenvolvimentos climáticos desfavoráveis representam um risco potencial para o ciclo 26/27”, avaliou Moda.
 

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