Julho é o pior mês para vender milho?
Alguns fatores pesam negativamente sobre os preços

Com custos distintos entre a primeira e a segunda safra, os resultados financeiros também divergem: enquanto o milho da safra verão ainda garante um lucro de 10,58%, a Safrinha desta temporada apresenta prejuízo de 9,91%, segundo análise da TF Agroeconômica. A consultoria destaca que, para o produtor que ainda não comercializou, o ideal é esperar a retomada de preços no segundo semestre. Vender durante julho, mês de pico da colheita e de preços historicamente baixos, deve ser evitado.
De acordo com a TF Agroeconômica, a valorização do real frente ao dólar favoreceu os contratos futuros em Chicago (CBOT), mas o avanço da colheita brasileira, responsável por quase 80% do milho para ração, ainda impõe limites para altas adicionais. Internamente, o aumento da mistura de etanol na gasolina de E27 para E30 tende a aquecer a demanda pelo grão, podendo sustentar os preços a médio e longo prazo. No cenário internacional, os estoques baixos nos EUA e a reversão da redução das tarifas de exportação pela Argentina (de 9,5% para 12%) também dão suporte ao mercado.
Por outro lado, alguns fatores pesam negativamente sobre os preços. Entre eles estão as boas condições climáticas para o milho nos EUA e a confirmação de área plantada semelhante à projeção anterior do USDA, o que reforça a estimativa de safra recorde de 400 milhões de toneladas. Além disso, tensões comerciais entre os EUA e o Canadá aumentam incertezas, enquanto a plena oferta com o início da colheita no Brasil pressiona os preços na B3, que têm oscilado entre R$ 62,19 e R$ 64,75 no último mês.