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Tecnologia e rastreabilidade do algodão marcam Missão Compradores em MT

Delegação internacional avalia avanços do algodão em Mato Grosso

Foto: Canva

A rastreabilidade de fardos, a mecanização da colheita e a larga escala da cotonicultura brasileira chamaram a atenção da delegação da Missão Compradores na etapa por Mato Grosso. O grupo, formado por 20 representantes de fiações e indústrias têxteis asiáticas, visitou uma fazenda e uma algodoeira em Primavera do Leste, além de ter participado de um workshop técnico em Cuiabá.

O intercâmbio é realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de algodão (Abrapa) há nove anos. O objetivo é permitir que os principais compradores da pluma nacional possam conhecer, in loco, a realidade da cotonicultura brasileira.

“A Missão Compradores nos permite mostrar que o cultivo do algodão é feito por pessoas, por famílias guiadas por um espírito de colaboração e comprometidas com a produção responsável dessa fibra natural e renovável. Sabemos que mais importante que dizer é mostrar”, destacou o presidente da Abrapa, Gustavo Piccoli.

Dawid Wajs, presidente da Associação Nacional de Exportadores de algodão (Anea), lembrou que, em oito edições, a Missão Compradores recebeu 156 executivos de fiações de todo o mundo. “Neste ano, temos 18 representantes de seis dos mais importantes países no mercado têxtil mundial. Juntos, eles respondem por aproximadamente 80% da importação mundial de algodão”, informou.

De Mato Grosso para o mundo

A agenda começou por Mato Grosso, que responde por cerca de 70% da área plantada no Brasil com algodão e 10% no mundo. Entre os diferenciais do estado, estão a preservação de mais de 60% do território e a liderança na produção de outras culturas além do algodão, como soja, milho, gergelim e rebanho bovino.

Orcival Gouveia Guimarães, presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), garantiu que o aumento na produtividade e, consequentemente, na produção de pluma no estado tende a se manter nos próximos anos. “Mesmo sem abrirmos novas áreas, podemos ampliar o cultivo de algodão devido à rotação de culturas. Basta que haja demanda para isso”, afirmou.

Neste ano, Mato Grosso representou mais de 64% das exportações de algodão. Ao todo, são 137 algodoeiras distribuídas por todo o estado. Em 90% das propriedades, a cotonicultura é realizada em segunda safra com a soja.

 A fazenda visitada pela delegação foi uma exceção. A propriedade, do grupo Nativa, cultiva 70% do algodão em primeira safra, e apenas 30% na chamada ‘safrinha’. No dia da visita, 30% da área de aproximadamente 10 mil hectares havia sido colhida. “A colheita atrasou um pouco devido à chuva. Estamos prevendo mais 15 dias para finalizar os trabalhos”, disse Romeu Froelich, um dos fundadores do grupo.

Qualidade do algodão impressiona compradores

Os trabalhos em campo chamaram a atenção dos compradores. “Acompanhamos o processo de colheita de perto e vimos que é totalmente mecanizado, o que reduz qualquer chance de contaminação”, observou o executivo Md Nazmul Huq, da Far East Spinning, fiação de Bangladesh.

O grupo Nativa foi o primeiro produtor de algodão do mundo a rastrear 100% dos fardos exportados até o Vietnã, há dois anos. A algodoeira do grupo, também visitada pela delegação internacional, começou a operar em 1997 e hoje beneficia de 1300 a 1500 fardos por dia.

Devido ao sistema de rastreabilidade adotado, cada fardo é identificado eletronicamente, permitindo que o comprador saiba exatamente em que fazenda e mesmo em que talhão foi produzida a pluma. O sistema informa também os indicadores de qualidade e certificação socioambiental de cada fardo.

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