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Biodiesel, etanol e proteínas: Brasil quer ser protagonista em alimento e energia limpa

Evento destaca a força do agro nacional na oferta de proteínas animais e vegetais



Foto: Aline Merladete

Na manhã de quinta-feira, 21 de agosto, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sediou o Seminário Cadeia das Proteínas: Combustível e Alimento para o Mundo, que reuniu lideranças do agronegócio e do Parlamento brasileiro para discutir o papel estratégico do país na produção de alimentos e biocombustíveis. O encontro destacou a força do agro nacional na oferta de proteínas animais e vegetais, além do protagonismo brasileiro na transição para uma matriz energética mais limpa.

Brasil na vanguarda da produção sustentável

O presidente da CNA, João Martins, ressaltou os avanços tecnológicos da nutrição animal e como isso colocou o Brasil em posição de liderança mundial na produção de carnes.

“Hoje, nossas cadeias de aves e suínos apresentam níveis de eficiência muito superiores aos da década de 1970. O frango, por exemplo, melhorou em 40% sua eficiência alimentar para atingir o mesmo peso. Nossa carne bovina é a mais sustentável do planeta”, destacou Martins.

Ele também reforçou que a integração entre o setor agropecuário e os biocombustíveis é estratégica para o futuro. “Estamos engajados para que o Brasil se mantenha na vanguarda mundial, tanto em energia limpa quanto na oferta de alimentos de qualidade”, completou.

Piauí e o avanço do Cerrado

O deputado federal Flávio Nogueira (PI) trouxe a experiência do seu estado, que nos últimos 15 anos se consolidou como uma nova fronteira agrícola do Brasil.

“O Piauí deixou de ser apenas pecuária e cajueiro para se transformar em grande produtor de soja e milho. Esse avanço impulsiona também a pecuária, os frigoríficos e a geração de empregos. Isso nos dá orgulho, porque é o agro que coloca o Brasil como referência internacional”, afirmou.

Nogueira reforçou ainda que o Brasil tem a missão de expandir o uso de energias renováveis. “Eventos como esse são fundamentais para que possamos reduzir cada vez mais o uso do diesel fóssil, uma demanda global em prol do clima”, completou.

Previsibilidade e reconhecimento internacional

Já o deputado federal Arnaldo Jardim, presidente da Comissão de Transição Energética, destacou os desafios regulatórios e a importância de políticas consistentes para dar segurança ao setor.

“O Brasil já avança para misturas mais elevadas de biodiesel e isso cria um mercado cativo, que traz previsibilidade. O problema é que muitas vezes decisões conjunturais sobre preços atrasam esse processo. Não podemos quebrar a confiança da cadeia produtiva”, alertou.

Jardim também chamou atenção para o papel do Brasil na agenda climática internacional:

“O etanol e o biodiesel são instrumentos de descarbonização, mas esse benefício é computado no capítulo energia e não no agro. Precisamos corrigir essa distorção, pois o campo é fundamental no combate às mudanças climáticas. Se o mundo fizesse o que o Brasil já faz, estaríamos muito mais avançados nessa agenda”, reforçou.

Desafios do crédito e da comunicação

Presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel, Alceu Moreira defendeu mudanças estruturais no modelo de crédito e seguro rural, além de maior inteligência estratégica na abertura de mercados internacionais.

“Nosso modelo de crédito ainda é da década de 1950. Quem produz acaba pagando pelos que não cumprem. Precisamos de uma plataforma de crédito positivo, que premie o produtor honesto e dê previsibilidade à produção”, destacou.

O parlamentar também ressaltou que o setor precisa se comunicar melhor com o consumidor internacional, diante das barreiras ambientais e comerciais impostas a produtos brasileiros:

“Não adianta fazer discursos inflamados. O que precisamos é conquistar a dona de casa na Europa, nos Estados Unidos e na Ásia. É ela quem decide na prateleira do supermercado. Temos de mostrar rastreabilidade, sustentabilidade e qualidade dos nossos produtos, com comunicação inteligente e transparente”, afirmou Moreira.

Ele ainda lembrou que o avanço do biodiesel e do etanol está gerando desenvolvimento social no interior do Brasil. “Vimos comunidades que antes viviam na pobreza agora construindo cooperativas, frigoríficos e lojas a partir da economia circular do agro. Esse é o Brasil real que precisamos fortalecer”, concluiu.

 Convergência entre alimento e energia

A cadeia das proteínas está no centro de dois grandes desafios globais: a segurança alimentar e a transição energética. Para os líderes presentes, o Brasil tem todas as condições de se consolidar como protagonista mundial em ambas as frentes.

 

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