Granizo causa perdas de 90% em folhosas no RS
Qualidade das folhosas cai com o excesso de chuvas

A produção de hortaliças folhosas no Rio Grande do Sul tem sido impactada pelas condições climáticas adversas registradas nas últimas semanas. Conforme o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na última quinta-feira (26), o excesso de chuvas, a alta umidade do solo e a baixa luminosidade vêm comprometendo o desenvolvimento das culturas em diversas regiões administrativas do estado.
Na região de Bagé, especialmente em Uruguaiana, os técnicos relataram estiolamento de mudas jovens e maior incidência de fungos, com destaque para a alface. "Os produtores estão removendo as folhas danificadas, mas a qualidade da produção segue comprometida", aponta o documento. Em Santana do Livramento, uma queda de granizo ocorrida em 16 de junho provocou perdas de até 90% nas áreas cultivadas a céu aberto.
No município de Bom Princípio, localizado na região de Lajeado, as condições climáticas desfavoráveis reduziram o desenvolvimento e a produtividade da alface. O produto tem sido comercializado a R$ 15,00 a dúzia, mas os produtores enfrentam dificuldades para escoar a mercadoria.
Em Passo Fundo, apesar do excesso de umidade, a sanidade e o desenvolvimento das folhosas foram considerados satisfatórios. Os preços praticados na região foram de R$ 4,00 por unidade de rúcula e alface, e R$ 5,00 por molho de couve e agrião.
Já em Santa Maria, as precipitações intensas e a falta de luz natural paralisaram o desenvolvimento das hortaliças, inclusive nos cultivos protegidos, levando à morte de plantas. Em Santa Rosa, a área foliar das culturas foi bastante afetada pelas chuvas, com registro de oídio. O controle vem sendo realizado nos ambientes protegidos, onde ainda há produção de alface, rúcula e agrião. Esses produtos têm sido comercializados, em média, a R$ 3,00 por unidade ou molho.
Na região de Soledade, os danos causados pelas chuvas foram nos cultivos a céu aberto, especialmente na alface, tornando as plantas mais vulneráveis a doenças fúngicas e bacterianas. Mesmo nos ambientes protegidos, o crescimento foi prejudicado pela baixa luminosidade. Apesar disso, ainda há oferta no mercado, com preços pagos ao produtor de R$ 2,00 por molho de salsa, cebolinha e rúcula, e R$ 2,50 por unidade de alface e chicória.