ABIMAQ prevê desaceleração no segundo semestre, mesmo com bons números
Entre os produtos mais procurados, os tratores e colheitadeiras foram os protagonista

O setor de máquinas e implementos agrícolas registroucrescimento em maio de 2025, impulsionando o desempenho geral da indústria brasileira de máquinas e equipamentos. Segundo dados divulgados pela ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), o segmento agroindustrial respondeu por R$ 6,49 bilhões em receita líquida, um avanço de 30,4% em relação a maio do ano passado.
De acordo com a ABIMAQ, a demanda interna foi o grande destaque: as vendas dentro do país somaram R$ 5,79 bilhões, aumento de 28,6% na comparação anual. Já as exportações de máquinas agrícolas alcançaram US$ 123,5 milhões no mês, uma leve retração de 8,3% em relação a abril, mas com alta acumulada de 39,1% em 2025. O saldo comercial do setor foi positivo, refletindo o bom momento do agro.
Entre os produtos mais procurados, os tratores e colheitadeiras foram os protagonistas. Apenas em maio, a venda total desses equipamentos cresceu 64,9%, saltando de 3.195 para 5.270 unidades. A comercialização interna de tratores aumentou 64,9%, com 4.509 unidades vendidas, enquanto as colheitadeiras mais do que dobraram as vendas, subindo 111,3% e chegando a 224 unidades. No acumulado de janeiro a maio, o setor registra alta de 17,6% nas vendas totais desses dois produtos.
O bom desempenho do setor agrícola também se refletiu na geração de empregos. Em maio, 124,4 mil pessoas estavam empregadas diretamente na indústria de máquinas agrícolas, número 9,1% superior ao registrado no mesmo período de 2024. O crescimento da atividade está diretamente relacionado à retomada de investimentos no campo e à expectativa de recuperação nas próximas safras, após os desafios climáticos recentes.
Por outro lado, o setor ainda enfrenta obstáculos no cenário externo. A exportação de colheitadeiras caiu 58,1% em maio e acumula queda de 33,5% no ano. Além disso, o aumento das importações de máquinas — principalmente da China, que já responde por mais de 30% do total importado — representa uma ameaça à competitividade da indústria nacional, segundo a ABIMAQ.
Apesar do alerta sobre o crescimento das importações, a entidade avalia que o setor de máquinas agrícolas segue como pilar fundamental da recuperação da indústria. “O desempenho expressivo no mercado interno reforça a importância do agro para a indústria de base do Brasil”, destacou a ABIMAQ na coletiva. Para o segundo semestre, no entanto, a expectativa é de desaceleração, diante do ambiente macroeconômico desafiador e dos efeitos do aperto monetário.