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Soja brasileira ganha força no mercado com demanda chinesa aquecida

A antecipação da comercialização da safra ainda é considerada lenta


Foto: Leonardo Gottems

O mercado da soja no Brasil atravessa um momento positivo, impulsionado pela forte demanda chinesa e pela retração das compras dos Estados Unidos pelo maior importador mundial da oleaginosa. A combinação entre câmbio, prêmios internos e cenário internacional favorável tem garantido preços firmes para o produtor nacional.

No acumulado de 2025, as exportações brasileiras somaram 86,5 milhões de toneladas até agosto, recorde histórico para o período. Apenas no mês passado, os embarques totalizaram 9,33 milhões de toneladas, mesmo com um recuo em relação a julho. Esse desempenho reforça a posição do Brasil como principal fornecedor de soja à China 

Enquanto isso, a produção nacional da safra 2025/26 voltou a ser projetada acima de 180 milhões de toneladas. De acordo com estimativas privadas, o volume pode alcançar 180,9 milhões de toneladas, sustentado por uma área semeada entre 48 e 48,5 milhões de hectares e por uma produtividade média esperada de 62,8 sacas por hectare. A recuperação do Rio Grande do Sul, após a seca do ciclo anterior, é apontada como um dos fatores-chave para esse resultado 

Os preços internos seguem firmes. No Rio Grande do Sul, a média semanal fechou em R$ 124,15 a saca de 60 quilos, com negociações semelhantes em praças como Nonoai e Não-Me-Toque. Em outras regiões, como Mato Grosso e Goiás, os valores oscilaram entre R$ 119,00 e R$ 123,00 por saca. Esse patamar só tem se mantido devido aos prêmios elevados, uma vez que Chicago permanece próxima de US$ 10,00/bushel 

A antecipação da comercialização da safra ainda é considerada lenta em comparação com anos anteriores. No Brasil, apenas 20,5% da produção futura já havia sido vendida até agosto, abaixo da média histórica de 29,2%. No Mato Grosso, principal estado produtor, o índice é de 27,4%, também abaixo da média de 36,3% 

Com os embarques norte-americanos prejudicados pelo impasse comercial com a China, a tendência é de manutenção do protagonismo brasileiro no fornecimento do grão. Caso o ritmo se mantenha, o país poderá exportar até 108 milhões de toneladas em 2026, consolidando ainda mais sua posição de liderança no mercado global 

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