Sucessão rural: Planejar é preciso
“Portanto, finalizo reforçando a importância do tema para os produtores rurais"

A perpetuação das atividades do agronegócio brasileiro exige mais do que tecnologia e mercado externo: depende de um planejamento sucessório bem estruturado, segundo Álvaro Santos, Advogado Tributarista e Agrarista. De acordo com o especialista, a falta dessa organização ainda é predominante nas fazendas do país, resultando em conflitos familiares, altos custos tributários e insegurança jurídica, especialmente quando a sucessão é tratada apenas após o falecimento do líder familiar, momento em que geralmente se instala um inventário complexo e oneroso.
A sucessão rural deve ser compreendida em duas esferas: a gestão operacional, que envolve quem assumirá o comando da fazenda, e a sucessão patrimonial, que concentra os maiores riscos jurídicos e fiscais. O inventário tradicional é demorado, caro e pode paralisar as atividades produtivas, além de incluir o imposto de transmissão causa mortis (ITCMD), honorários advocatícios e custas judiciais.
Por isso, Álvaro destaca que o planejamento sucessório é uma alternativa mais rápida e segura, aliando estratégias legais, planejamento tributário e princípios de governança corporativa. Entre os instrumentos disponíveis estão a doação em vida, o testamento e a constituição de uma holding familiar — cada um com vantagens, custos e cuidados específicos.
O advogado alerta que o momento ideal para planejar é enquanto o negócio está ativo e estruturado, e recomenda a orientação de profissionais especializados para evitar erros comuns que geram litígios. Para ele, a sucessão planejada é uma necessidade estratégica, pois garante a continuidade da produção, protege o patrimônio e fortalece os laços familiares, evitando prejuízos financeiros e desgastes que podem comprometer gerações futuras.
“Portanto, finalizo reforçando a importância do tema para os produtores rurais, pois planejar a sucessão no agro não é um luxo, é uma necessidade estratégica e jurídica. Trata-se de um investimento na longevidade da atividade produtiva, na proteção do patrimônio e na harmonia familiar. Procrastinar essa decisão pode custar caro – não apenas financeiramente, mas também em termos de legado”, conclui.