Farelo e Óleo: mercados seguem em direções opostas no Brasil
O óleo de soja foi beneficiado pela alta nos preços internacionais

O mercado de farelo e óleo de soja manteve trajetórias distintas em julho. Enquanto o farelo registrou a sexta queda mensal consecutiva em Chicago, recuando 6,2%, o óleo teve valorização expressiva de 9%, impulsionado pela firme demanda e pelo aumento do mandato de biodiesel no Brasil.
Segundo o relatório Agro Mensal Itaú BBA, a oferta elevada de farelo no mercado global, resultado do aumento do esmagamento, continua pressionando as cotações. No Brasil, a concorrência com o produto argentino intensificou a queda dos preços e reduziu a rentabilidade das indústrias esmagadoras.
O óleo de soja, por sua vez, foi beneficiado pela alta nos preços internacionais e pela entrada em vigor do B15, que elevou as expectativas de consumo interno. No Mato Grosso, a cotação subiu 4% em julho, atingindo R$ 5.955/t.
As margens de esmagamento nos Estados Unidos e na China seguem positivas, sustentadas por custos mais baixos e demanda firme. No Brasil, porém, os custos mais altos da matéria-prima e a pressão sobre o farelo têm reduzido a atratividade da operação.
A Abiove revisou para cima a estimativa de esmagamento de soja para 2025, projetando 57,8 milhões de toneladas, 3,6% acima de 2024. A expectativa é que o óleo siga com suporte da demanda, enquanto o farelo dependerá do ritmo das exportações para evitar novas quedas.
No cenário de médio prazo, a indústria brasileira busca estratégias para equilibrar o impacto da pressão externa sobre o farelo com as oportunidades geradas pela expansão do mercado interno de biodiesel.