Exportações de café registram queda
Após meses de queda, os preços do café brasileiro registraram forte recuperação

Em agosto, o Brasil exportou 3,1 milhões de sacas de café (60 kg), queda de 17,5% na comparação anual, mas alta de 14,3% frente a julho, segundo análise do Rabobank. A instituição destaca que, apesar da recuperação mensal, o setor segue pressionado por fatores como a colheita do arábica afetada pelo clima e a tarifa de 50% imposta pelos EUA desde agosto. Além disso, mesmo com bom ritmo da colheita, o café demorou mais a chegar aos exportadores este ano.
As exportações para os EUA caíram 46% em relação a agosto de 2024 e 26% em relação a julho, permanecendo, contudo, como o segundo maior destino do café brasileiro, com 301 mil sacas, atrás apenas da Alemanha, e como principal importador em 2025. Ao mesmo tempo, a relação de troca do produtor melhorou: foram necessárias 1,2 sacas de café para adquirir uma tonelada de fertilizante, queda de 29% frente a agosto de 2024 e de 26% em relação a julho. A valorização dos preços do café e a queda nos fertilizantes, especialmente da ureia, explicam essa melhora.
Após meses de queda, os preços do café brasileiro registraram forte recuperação em agosto: o arábica subiu 31% e o conilon 32%. A desaceleração das exportações, estoques globais baixos e as tarifas dos EUA aumentaram a volatilidade do mercado, levando torrefadores americanos a buscar alternativas e recorrer a armazéns alfandegados para armazenar café sem pagamento imediato de tarifas. Desde o anúncio em julho, os estoques certificados em Nova York caíram 157 mil sacas.
O clima também teve papel relevante: agosto apresentou baixos volumes de chuva, favorecendo a colheita, mas episódios de geada afetaram regiões do Cerrado Mineiro, com estimativas de perdas de até 412 mil sacas para a safra de 2026.