Tarifa dos EUA pode gerar perdas bilionárias
Esse impacto também pode atingir empregos ao longo da cadeia produtiva

A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) alertou que a lista de isenções da tarifa adicional imposta pelos Estados Unidos é limitada e pode gerar sérios impactos nas exportações brasileiras. Segundo a entidade, a aplicação de uma alíquota de 50% a alimentos industrializados que ficaram fora da lista pode desestabilizar as cadeias de valor e afetar a segurança alimentar e a estabilidade de preços no próprio mercado americano.
De acordo com a ABIA, produtos estratégicos como carnes, cafés e óleos vegetais sofreram a incidência da nova tarifa, mesmo com sua relevância para o abastecimento dos EUA. A entidade destaca que, apenas no primeiro semestre de 2025, as exportações de carnes bovinas ultrapassaram US$ 1 bilhão, mas ficaram fora da isenção. Em contraste, o suco de laranja – com exportações de quase US$ 750 milhões no mesmo período – foi corretamente isento, em reconhecimento à importância da produção brasileira.
A ABIA estima que uma retração hipotética de 10% nas exportações brasileiras aos EUA, que somaram US$ 2,83 bilhões no primeiro semestre, poderia gerar perdas de até US$ 570 milhões anuais no faturamento do setor. Esse impacto também pode atingir empregos ao longo da cadeia produtiva, comprometendo a competitividade do setor.
A entidade reforça seu compromisso com soluções cooperativas que promovam previsibilidade no comércio bilateral e defende o diálogo contínuo entre os países para fortalecer a segurança alimentar e os investimentos mútuos. “A ABIA defende soluções cooperativas e equilibradas que fortaleçam a segurança alimentar e os investimentos entre Brasil e EUA, e reafirma seu compromisso com o diálogo e a construção de um ambiente comercial previs”, conclui.