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Empresas devem se preparar para a reforma tributária

"A análise estratégica das empresas deve equilibrar os ganhos potenciais"



"A análise estratégica das empresas deve equilibrar os ganhos potenciais" "A análise estratégica das empresas deve equilibrar os ganhos potenciais" - Foto: Canva

A iminente implementação da reforma tributária sobre o consumo no Brasil acendeu um sinal de alerta para empresas de todos os setores. A substituição de tributos como PIS, Cofins e IPI por CBS e IBS, no modelo de IVA dual, trará mudanças significativas, sobretudo na sistemática de não-cumulatividade. Segundo o tributarista Eduardo Natal, mestre em Direito Tributário pela PUC/SP, o novo regime ampliará as possibilidades de creditamento, eliminando critérios subjetivos como essencialidade e relevância dos insumos.

“A sistemática do IBS e da CBS parte de uma lógica mais simples: tudo o que for adquirido pela empresa para fins da atividade será passível de crédito, sem tantas restrições ou disputas interpretativas como vemos hoje com o PIS e a Cofins”, afirma.

De acordo com levantamento feito por Natal, também presidente do Comitê de Transação Tributária da ABAT, o novo modelo permite que toda aquisição ligada à atividade da empresa gere crédito, oferecendo maior segurança jurídica e reduzindo disputas interpretativas comuns no sistema atual. Com isso, torna-se essencial que as empresas revisem desde já sua estrutura fiscal e sua capacidade de recuperação de créditos.

No entanto, a transição deve ser analisada com cautela. Um dos principais desafios será o fim gradual de incentivos fiscais, especialmente os ligados ao ICMS, cuja extinção está prevista até 2032. Esses benefícios desempenham papel relevante na formação de preços e na competitividade, sobretudo em setores dependentes de estímulos regionais e setoriais.

“Nesse contexto, a análise estratégica das empresas deve equilibrar os ganhos potenciais com créditos mais amplos e líquidos no futuro modelo com os impactos econômicos da perda de incentivos em suas cadeias de negócio. Esse exercício de planejamento será decisivo para assegurar uma transição segura e eficiente, alinhada às novas regras da tributação do consumo no Brasil”, conclui Natal.


 

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