Ceará discute regras para algodão orgânico e transgênico
O Ceará já se destaca na produção de algodão agroecológico

O Governo do Ceará deu início a um debate para regulamentar a produção de algodão orgânico e transgênico no estado. O encontro, realizado nesta quarta-feira (20) na sede da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE), foi presidido pelo secretário Domingos Filho e reuniu representantes de órgãos públicos, entidades do setor produtivo e de pesquisa. O objetivo é elaborar uma proposta de normativa que defina regras claras para o cultivo, priorizando a sustentabilidade e a proteção da agroecologia.
“Precisamos analisar como o estado pode incentivar meios de cultivo e manejo do algodão orgânico e transgênico no estado. Como fazer isso, por exemplo. Por isso trouxemos diversos órgãos para elaborar uma sugestão de normativa para que tenhamos uma lei estadual que garanta a regulamentação da questão de distanciamento entre cultivos orgânicos ou agroecológicos e cultivos com algodão transgênicos, para que possamos proteger legalmente a agroecologia, priorizando a sustentabilidade”, informou Domingos Filho.
O Ceará já se destaca na produção de algodão agroecológico, especialmente em Tauá, referência nacional no cultivo. Indústrias têxteis como Santana Textiles e Vicunha Têxtil apoiam a expansão da atividade em parceria com secretarias estaduais, Embrapa e Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (FAEC). Atualmente, a produção abrange 52 municípios e cerca de 1.320 hectares, integrando sistemas consorciados que incluem feijão, milho e gergelim, fortalecendo a agricultura familiar.
Atualmente, a normativa federal do Mapa exige distanciamento entre cultivos apenas para produção de sementes, mas não há regras específicas para produção de pluma de algodão. Por isso, especialistas como Gildo Pereira, da Embrapa, defendem a adoção de medidas cautelosas até que uma legislação estadual seja consolidada. O debate segue com participação de entidades ligadas à agricultura, à agroecologia e ao setor têxtil, que buscam um consenso para equilibrar produtividade, sustentabilidade e proteção da agricultura familiar.