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Saiba o que fazer com a soja

Do lado baixista, pesam a ausência de retomada da demanda chinesa pelos Estados Unido



Do lado baixista, pesam a ausência de retomada da demanda chinesa pelos Estados Unidos Do lado baixista, pesam a ausência de retomada da demanda chinesa pelos Estados Unidos - Foto: Leonardo Gottems

O mercado de soja segue atento às oscilações internacionais e às perspectivas climáticas nos Estados Unidos, que continuam a influenciar diretamente as cotações. Segundo análise da TF Agroeconômica, a safra atual ainda pode registrar valorização, já que os preços vêm pressionando a linha de resistência. 

Contudo, o cenário é delicado: um acordo comercial com a China ou chuvas favoráveis no cinturão agrícola norte-americano poderiam inverter rapidamente a tendência. Para a próxima safra, a recomendação é clara: aproveitar os bons lucros fixando preços no mercado futuro, evitando compromissos físicos que possam trazer riscos em caso de quebra de produção.

Entre os principais fatores de alta, o relatório destaca o impacto do último USDA, que reduziu estoques e produção, além do aumento das condições de seca no Centro-Oeste dos EUA, em um momento crucial para a formação da produtividade. Outro ponto relevante é a maior moagem interna norte-americana, que atingiu 5,33 milhões de toneladas em julho, com estoques de óleo no menor nível para o mês em 21 anos. Também contribuem para a valorização a recuperação dos preços do óleo de soja, o início do tradicional Tour ProFarmer e a demanda firme da China pelo grão brasileiro, o que tem sustentado os preços nos portos.

Do lado baixista, pesam a ausência de retomada da demanda chinesa pelos Estados Unidos e a falta de acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo. A consultoria ressalta ainda o peso da colheita recorde de girassol prevista na Rússia, que pode variar entre 17,9 e 18,5 milhões de toneladas, pressionando os preços dos óleos vegetais. Além disso, no Brasil, o insucesso da tentativa de ampliar a mistura de biodiesel de B27 para B30 limitou o suporte ao óleo de soja, cujas cotações acumulam queda de -26,67% no ano, segundo dados do Deral-PR.

Diante desse cenário misto, a recomendação é de cautela. Para quem ainda não comercializou a safra atual, há espaço para esperar alguma valorização, mas sem descuidar da volatilidade. Já para a próxima safra, a estratégia mais segura é aproveitar os preços atuais no mercado futuro, garantindo margens atrativas e reduzindo riscos diante da instabilidade climática e geopolítica.
 

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