Agro fecha julho com saldo positivo, mas preços internacionais pressionam parte dos setores
Exportações brasileiras do agronegócio totalizaram US$ 15,6 bilhões em julho de 2025

As exportações brasileiras do agronegócio totalizaram US$ 15,6 bilhões em julho de 2025, um avanço de 7,2% frente a junho e de 1,47% na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo análise da Consultoria Agro do Itaú BBA baseada em dados da Secex.
O desempenho positivo foi puxado pela soja em grãos, que manteve o ritmo forte de embarques, somando 12,3 milhões de toneladas, alta de 9% sobre julho de 2024, sustentada pelo apetite chinês – responsável por 75% das compras no acumulado do ano. Apesar do aumento no volume, os preços recuaram 7,1% na mesma comparação, para US$ 409,7/t.
No complexo de proteínas, o destaque foi a carne bovina in natura, que atingiu 237 mil toneladas, recorde da série histórica e 17% acima de julho de 2024, com preços médios 26% superiores, a US$ 5.551/t. Já a carne de frango ensaiou recuperação após os impactos da gripe aviária, avançando 18,3% frente a junho, mas ainda 22% abaixo do volume de um ano antes. A carne suína caiu 5,2% no comparativo anual, com 113 mil t embarcadas, mas com valorização de 9,3% no preço médio.
Entre os produtos básicos, o milho registrou forte retração, com exportações de 2,4 milhões de toneladas – queda de 31% na comparação anual. Já no setor sucroenergético, o etanol avançou 72% em volume, enquanto o açúcar VHP recuou 5,4%, ambos com queda nos preços médios.
A análise do Itaú BBA indica que, apesar do avanço em alguns segmentos estratégicos, o cenário é de “contrastes setoriais”, com pressões sobre preços internacionais, competição acirrada e desafios logísticos que podem influenciar o ritmo de embarques no segundo semestre.