Café sobe com clima adverso e incertezas comerciais
Uma nova frente fria derrubou as temperaturas nas principais regiões cafeeiras

Os preços do café subiram na segunda-feira (28), impulsionados por riscos climáticos no Brasil e pelas incertezas provocadas pelas novas tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Segundo a Hedgepoint, o contrato de setembro do Arábica encerrou o dia a 307,7 cents por libra-peso, alta de 1,5% na semana, superando novamente os 300 clb.
Uma nova frente fria derrubou as temperaturas nas principais regiões cafeeiras, com previsão de mínimas entre 6 °C e 8 °C no Sul de Minas, podendo chegar abaixo de 5 °C, segundo o CPTEC. Há risco de geadas, e algumas propriedades já foram atingidas por granizo no fim de semana, causando perdas localizadas, segundo a analista Laleska Moda.
Enquanto isso, nas regiões de Conilon, a safra 25/26 está praticamente encerrada, e o foco se volta à floração da temporada 26/27, favorecida pelas chuvas no Espírito Santo e na Bahia. No entanto, a combinação entre o clima adverso e o impasse tarifário com os EUA mantém os produtores cautelosos, com ritmo lento de vendas.
“Embora o evento tenha sido localizado, afetando apenas uma pequena área, essas fazendas relataram danos causados pelas tempestades de granizo, incluindo perda de folhas e possível impacto na produção de 26/27. No entanto, como mencionado, foi um evento localizado e ainda é muito cedo para avaliar a extensão dos danos”, diz Laleska Moda, analista de inteligência de mercado da Hedgepoint.
Ainda sem acordo para excluir o café das tarifas de 50%, os EUA correm o risco de enfrentar escassez no segundo semestre de 2025, já que outras origens estão na entressafra e têm preços mais altos. A continuidade das incertezas pode gerar mais volatilidade e pressionar os preços globalmente.