Cotação do algodão oscila com disputa entre vendedores e indústrias
Fator que influencia a dinâmica do mercado é o atraso na colheita

A safra brasileira de algodão 2024/25 caminha para o encerramento com desempenho expressivo nas exportações. Impulsionado por forte demanda externa e pelo câmbio favorável, o país alcançou um novo recorde de embarques, consolidando-se como um dos principais fornecedores globais da fibra. A alta nos volumes exportados é comemorada pelo setor produtivo, mas o mercado interno segue pressionado por impasses nas negociações e lentidão nos negócios.
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), analisados pelo Cepea, entre agosto de 2024 e a quarta semana de julho de 2025, o Brasil exportou 2,82 milhões de toneladas de algodão em pluma. O volume representa um aumento de 5% em relação à safra anterior (2023/24), que já havia registrado um recorde com 2,68 milhões de toneladas embarcadas.
Apesar do bom desempenho nas exportações, o cenário interno é marcado por volatilidade nas cotações e baixa liquidez. Segundo o Cepea, a “queda de braço” entre vendedores e indústrias segue limitando os negócios. Enquanto alguns produtores demonstram maior flexibilidade nos preços, as indústrias ofertam valores ainda mais baixos, dificultando os acordos. Além disso, muitos lotes disponíveis encontram dificuldade de aprovação, o que também trava o ritmo das negociações.
Outro fator que influencia a dinâmica do mercado é o atraso na colheita e no beneficiamento do algodão da atual temporada. Pesquisadores do Cepea explicam que, diante desse cenário, muitos agentes priorizam o cumprimento dos contratos a termo — firmados anteriormente a preços mais vantajosos do que os praticados atualmente no mercado spot nacional.