Alta do dólar e apetite chinês sustentam valorização da soja

O mercado da soja reagiu com força após registrar a mínima dos últimos três meses. O grão engrenou um movimento de valorização na Bolsa de Chicago, revertendo a tendência de baixa que vinha sendo observada nas semanas anteriores e reacendendo o interesse dos fundos de investimento. No mercado físico brasileiro, os preços também avançaram, favorecidos por um cenário cambial mais positivo.

De acordo com a análise da Grão Direto, o suporte técnico, aliado à demanda chinesa consistente, foi decisivo para essa recuperação. Mesmo com o recuo nos embarques semanais dos Estados Unidos, provocado pelas tensões comerciais, a firme procura da China ajudou a sustentar os contratos futuros em Chicago. Na última semana, o contrato para agosto de 2025 fechou a US$ 10,27 por bushel, com alta de 2,29%. Já o vencimento para março de 2026 subiu 2,6%, encerrando a US$ 10,65 por bushel. O dólar também teve valorização de 0,72%, cotado a R$ 5,59, o que contribuiu para ganhos no mercado físico doméstico.

As exportações brasileiras de soja em julho também surpreendem positivamente, com estimativas entre 11,2 e 13,1 milhões de toneladas embarcadas — volume muito acima das 9,59 milhões registradas no mesmo mês de 2024. O principal impulsionador segue sendo a China, que mantém uma demanda sólida e contribui para o escoamento da safra brasileira.

Para a próxima temporada, consultorias já preveem um crescimento de 1 milhão de hectares na área plantada com soja, o que pode levar a uma produção entre 175 e 180 milhões de toneladas. Esse aumento, motivado por margens de lucro mais apertadas e pela necessidade de escala dos produtores, pode exercer pressão adicional nos preços caso se confirme uma safra cheia também nos Estados Unidos.

O mercado segue exigindo atenção redobrada por parte dos produtores. A combinação entre exportações aquecidas, alta cambial e aumento de área plantada cria um ambiente de oportunidades e riscos.